Com a perspectiva de ganhar mais protagonismo sobre a sustentabilidade diante da candidatura de Belém para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, o governo do Pará quer universalizar a energia renovável para pequenos consumidores e para a indústria, além de buscar a redução de custos.
Dessa forma, atua em duas grandes frentes que devem expandir o uso de fontes menos poluentes nas zonas rurais: por meio de uma linha de financiamento do Banco do Estado do Pará (Banpará) para a aquisição de placas solares e pela construção de um gasoduto pela Gás do Pará, que garantirá o uso de gás natural no parque industrial de Barcarena e a oferta de gás veicular em polos urbanos.
No caso do financiamento, consumidores poderão financiar equipamentos e instalação, e obter uma linha de crédito de energia solar do Banpará. O banco de fomento do estado já atendeu cerca de 420 pessoas, o que representa a contratação de mais de R$ 14 milhões. O valor mínimo do financiamento é de R$ 5 mil e o máximo é R$ 100 mil, com prazo de até 84 meses.
“Um dos objetivos da linha de crédito é auxiliar a economia real do cliente na fatura de energia, que pode chegar a 95% do valor. Além de outros benefícios como: rápida instalação; baixo custo de manutenção; bom tempo de uso dos painéis solares, a maioria deles têm uma duração média 25 anos; e o baixo impacto ambiental”, ressalta Ruth Mello, presidente do Banpará.
Por meio do Programa de Inclusão Socioeconômico (PIS), desenvolvido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), o estado também atua na implementação de projeto para viabilizar a ampliação do uso da energia sustentável no Pará. Entre as diretrizes do programa estão a ampliação das políticas públicas de incentivo, instalação de rede de energia em prédios públicos e casas populares e outras ações.
O PIS já contemplou mais de 50 municípios paraenses. Cerca de 70 km de nova rede de energia elétrica já foi finalizada no Pará e mais de 125 km seguem em andamento.
Para a indústria, o governo aposta na iniciativa de instalação de gasodutos em Barcarena, como alternativa para dar celeridade ao processo de efetivar a instalação da rede de gás natural e de uma matriz com menor emissão de poluentes e que mais econômica para a região. A expectativa é que as obras sejam concluídas no início de 2024
“No Pará, a orientação do governador Helder Barbalho é que nós, da Companhia de Gás do Pará, aceleremos o processo de implantação da distribuição do gás natural para que logo possamos fazer a mudança da matriz energética das indústrias. E não só das indústrias, como também em outros setores, como comércio e residências, passando evidentemente pelo gás veicular, que será muito benéfico para os motoristas de táxi e aplicativos”, explica Fernando Flexa Ribeiro, presidente da Gás do Pará.
Inicialmente, o projeto de instalação da rede de gás natural atenderá a demanda industrial no município de Barcarena, porém, o governo estadual e a Gás do Pará pretendem levar o gás natural para outros municípios e atender outras indústrias além das de Barcarena.
“Junto com o gás que abastecerá as indústrias e operações econômicas, nós levaremos o gás veicular para a Região Metropolitana de Belém e outros polos urbanos, para que nós possamos ter veículos a gás, transporte coletivo a gás, e isso vai reduzir o preço do combustível, vai permitir que o nosso estado reduza o número de veículos a combustão, veículos que acabam emitindo gás carbônico na atmosfera. Isso está na pauta da sustentabilidade e o Pará entra na ampliação da matriz energética sustentável, respeitando o meio ambiente e olhando pelas pessoas”, disse o governador Helder Barbalho.
O presidente da Gás do Pará, Flexa Ribeiro, afirma que o estado viverá uma nova era de energia renovável com a chegada do gás natural líquido (GNL). “Sua distribuição será ou por gasoduto ou em isocontêiner e pelo Pará por inteiro (…). Muitas coisas virão até a COP30”, antecipa o gestor.
*Com informações da Agência Pará