O BNDES e a Petrobras anunciaram nesta quinta-feira (22 de junho) a criação de uma Comissão Mista voltada para transição energética, pesquisa e reindustrialização. Entre os objetivos da Comissão, está fortalecer a cadeia de fornecedores, inclusive de óleo e gás. “Nossos fornecedores também estão fazendo suas transições energética e tentando depender menos de suprir para a indústria de óleo e gás. Vamos certamente viver dificuldades para encontrar fornecedores clássicos de óleo e gás”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A Comissão Mista BNDES-Petrobras terá a Subcomissão de Desenvolvimento Produtivo e Inovação, que pretende discutir a cadeia de fornecedores estratégicos, pequenos e médios fornecedores de óleo e gás e viabilizar a utilização dos gastos obrigatórios em pesquisa, desenvolvimento e inovação, segundo informou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante a cerimônia de assinatura da Comissão Mista.
Mercadante também destacou o interesse do BNDES em apoiar financeiramente os projetos da Petrobras em energia renovável: “O BNDES financiou mais de 2/3 da matriz eólica, solar, de biomassa. Estamos na linha de frente de uma matriz energética limpa e queremos estar muito próximos de tudo o que a Petrobras precisar”. Para tanto, o desenvolvimento de fornecedores locais é um dos objetivos. “Tivemos uma demanda de placas solares de USD 3,8 bi. O BNDES vai financiar placa solar no Brasil. Não queremos ficar simplesmente importando porque é uma energia limpa. Queremos energia limpa mas sobretudo produzir a capacidade aqui”, afirmou.
Separação da BNDESPar
Atualmente, há um limite de investimento do BNDES na Petrobras. Para realizar os planos de financiamento, Mercadante anunciou que há conversas em andamento com o Governo Federal, Ministério da Fazenda e Casa Civil para “alterar algumas regras” e permitir o aumento do financiamento da Petrobras.
Um dos caminhos estudados é retirar o capital variável da BNDESPar do balanço do banco. “Todos os bancos têm essa relação separada”, justificou Mercadante. A medida seria capaz de “abrir muito espaço para financiar a Petrobras”, segundo o Presidente do BNDES.
Comissão terá quatro subcomissões
Além da subcomissão voltada para a cadeia de fornecedores, a Comissão Mista BNDES-Petrobras terá outras três subcomissões.
A Subcomissão de Planejamento e Estudos irá fomentar a pesquisa científica, estudos estratégicos, produzir diagnósticos, propostas e avaliações de áreas de interesse das duas instituições, de acordo com Aloizio Mercadante.
A Subcomissão de Transição Energética e Descarbonização terá como objetivo desenvolver biocombustíveis, biorefino e biofertilizantes, além de reduzir a pegada de carbono da cadeia de óleo e gás.
Haverá também a Subcomissão de Governança, voltada para governança, integridade e transparência. “Vamos recuperar a credibilidade e acabar com esse trauma de que tudo o que é estatal é ineficiente”, declarou Jean Paul Prates.
De acordo com as instituições, a Comissão Mista BNDES-Petrobras terá reuniões bimestrais e vigência de dois anos, prorrogáveis por mais dois.