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Megaleilão de linhas de transmissão é atrativo, mas enfrenta entraves – Edição do dia

O Valor Econômico traz, hoje (26/6), uma reportagem a respeito do megaleilão de linhas de transmissão de energia previsto para ocorrer na próxima sexta-feira, 30 de junho. O certame deve atrair investimentos da ordem de R$ 15,7 bilhões e contratar 6.184 quilômetros dos chamados linhões divididos em nove lotes.

A reportagem destaca que o leilão desperta o interesse de grandes grupos econômicos, e que o volume de projetos, o elevado custo de capital, a demanda por equipamentos e a falta de construtoras (epecistas) dão o tom de que será um certame mais conservador e com menores deságios.

A infraestrutura vai atender seis estados do país para fazer frente à expectativa de contratação de elevados montantes de energia provenientes de empreendimentos de geração renovável, com destaque para as usinas eólicas e solares.

O sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal, Filipe Bonaldo, aponta um tripé de entraves que passa pelo maior custo de capital das empresas hoje por conta da alta taxa de juros e desaquecimento de emissão de debêntures, influenciada pela recuperação judicial das Americanas e da Light, o que faz com que a precificação da dívida fique mais elevada.

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ONS: energia armazenada deve encerrar o 1º semestre em patamares superiores a 80% em todas as regiões 

O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), da semana operativa entre os dias 24 e 30 de junho, indica que a Energia Armazenada (EAR) projetada para 30 de junho está acima de 80% em todos os subsistemas. Os percentuais que o Norte e o Sudeste/Centro-Oeste podem atingir são de 99,6% e 86,2%, respectivamente. Se os números das duas regiões se confirmarem, serão os resultados mais elevados para ambas no mês em toda a série histórica, iniciada em 1999. A EAR prevista para fechar o 1º semestre no Sul é de 88% e no Nordeste está em 84,6%.

Os cenários prospectivos para a carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) ao final de junho mantêm o padrão observado nas revisões anteriores, com a possibilidade de crescimento no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em três subsistemas. Para o SIN, a expansão pode ser de 2,2% (69.971 MWmed). As regiões com perspectiva de expansão são o Norte, com 14,3% (7.112 MWmed), o Nordeste, 6,9% (11.729 MWmed), e o Sudeste/Centro-Oeste, 0,2% (39.031 MWmed). O submercado Sul segue com uma tendência de redução na carga: 1,5% (12.099 MWmed). Os dados apresentados comparam as estimativas para o mês seis de 2023, ante o mesmo período do ano passado. (Fonte: ONS)

MME indica novos diretores na ENBPar e deve trocar conselho

O Valor Econômico informa que a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) terá nova diretoria nos próximos dias. O Ministério de Minas e Energia (MME) enviou ao presidente do conselho de administração da estatal, Thiago Barral, ofício com os nomes dos novos diretores da empresa responsável pela gestão do lado brasileiro da hidrelétrica de Itaipu e das usinas nucleares, além de programas de governo.

Segundo o ofício, todos os nomes foram aprovados pela Casa Civil. Luiz Fernando Paroli Santos será o diretor-presidente da ENBPar e membro do conselho de administração da companhia, em substituição a Ney Zanella dos Santos.

40 mil pessoas que compraram papeis da Eletrobras com FGTS migram para fundos de ações em 6 meses

A Folha de S. Paulo informa que das pouco mais de 370 mil pessoas que investiram R$ 6 bilhões do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na privatização da Eletrobras em junho do ano passado, 11%, ou cerca de 40 mil, migraram para fundos com uma carteira mais diversificada de ações.

Esses fundos, os FMP (Fundo Mútuo de Privatização) Carteira Livre, foram criados por bancos e corretoras no fim do ano passado para receber os investidores que querem sair dos FMP Eletrobras que têm apenas ações da empresa de energia. As ações da Eletrobras recuaram cerca de 4,5% desde a privatização, que precificou os papéis à época em R$ 42. Na sexta-feira (23/6), eles fecharam cotados a R$ 40,08.

Petrobras quer voltar à África atrás de petróleo, se exploração na Foz do Amazonas for barrada de vez

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que, depois de encolher suas operações internacionais e abandonar o continente africano após 40 anos de atividades, a Petrobras planeja voltar à África, sobretudo se o licenciamento ambiental para explorar a Margem Equatorial for novamente negado.

De momento, há uma aposta firme na exploração de reservas ricas em gás descobertas em blocos da companhia na Colômbia. De acordo com a reportagem, a companhia também não descarta ir à Guiana e ao Suriname para explorar com sócias a Margem fora do país. A intensidade dessa ida ao exterior vai depender da evolução da licença para explorar a bacia da Foz do Amazonas, atualmente travada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O movimento tem por objetivo aumentar as reservas da empresa, e assim garantir a continuidade da produção em bom nível na próxima década.

Em entrevista ao Estadão, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse que a produção dos reservatórios gigantes do pré-sal vai declinar a partir do pico da produção, em 2032. Segundo ele, se novas reservas não forem descobertas o Brasil começará a importar petróleo a partir de 2040, o que considera um retrocesso num contexto de preocupação global com segurança energética, sobretudo para um país que atingiu a autossuficiência no setor.

Falta de um plano nacional pode deixar Brasil fora da corrida pelo hidrogênio verde

O hidrogênio verde vai se tornar uma commodity nos próximos 10 anos e o Brasil, apesar de ter tudo para liderar a comercialização do novo combustível no mundo, ainda não tem um planejamento nacional para incentivar a produção e exportação do produto, de acordo com informações publicadas ontem (25/6) em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

A reportagem ressalta que o país está no centro das atenções globais devido à sua matriz elétrica 85% limpa, condição fundamental para a produção do novo combustível. Mas dos 359 projetos já anunciados no mundo, apenas um é no Brasil, em Suape, Pernambuco, segundo levantamento da consultoria A&M Infra.

“O Brasil está deixando uma oportunidade enorme na mesa e não vai surfar como deveria”, avalia Filipe Bonaldo, diretor da A&M Infra. “Nós temos pouquíssimo incentivo do governo e nossa regulação está uma bagunça, nosso plano de hidrogênio verde no Brasil não existe”, afirma.

Apesar das críticas, o Ministério de Minas e Energia afirmou que a política nacional para o hidrogênio verde no Brasil foi lançada em 2021, como Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) e tem como objetivo desenvolver o mercado e a indústria de hidrogênio no país, considerando seu potencial enquanto vetor de transição energética. Foram criadas cinco câmaras temáticas e realizada uma única reunião, em agosto de 2022, para oficializar as nomeações e iniciar os trabalhos.

Empresas podem definir seu próprio preço, diz presidente da Petrobras sobre fim do PPI

A Folha de S. Paulo publicou, ontem (25/6), uma entrevista com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A respeito do PPI (preço de paridade de importação), ele comentou: “Aconteceu algo que eu não esperava: no dia em que anunciamos nossa estratégia comercial, a ação subiu. Ao contrário do que alguns acharam, porque o PPI é mais fácil de calcular. Mas não é possível que não se entenda que a empresa pode fazer o seu preço de acordo com as variáveis e com e restrições que ela tem. As empresas fazem assim em qualquer mercado, com qualquer produto. E aí eu acho que a gente explicou isso com tranquilidade suficiente.”

Prates falou, também, a respeito do que considera o próximo desafio de sua gestão: aprovar a nova política de dividendos, que deve transferir parte dos recursos hoje direcionados a acionistas para investimentos em novos segmentos, como renováveis e petroquímicas, mas sem desassistir investidores. O presidente da Petrobras disse que uma missão de sua gestão é conciliar interesses políticos do acionista controlador com os interesses do acionista privado.

Como baterias gigantes e energia limpa podem salvar o Texas, reduto do petróleo, do calor

A onda de calor que se instalou no Texas (EUA) está colocando uma pressão sem precedentes no sistema de eletricidade do estado. O calor opressivo durou dias e pode piorar antes que a onda vá embora. Algumas previsões mostram temperaturas acima de 37 ºC em todas as três principais áreas metropolitanas – Houston, Dallas e Austin.

O Texas é particularmente vulnerável a falhas de energia porque não consegue obter eletricidade dos vizinhos em uma crise. É o único estado nos Estados Unidos desconectado da rede elétrica nacional. As autoridades estaduais estão se voltando cada vez mais para uma tecnologia inesperada: baterias gigantes – sistemas do tamanho de um caminhão, que podem liberar rapidamente elétrons armazenados na rede quando as usinas de energia falham. E o debate sobre o papel da energia limpa na estabilização da rede elétrica do Texas está sendo renovado, já que as baterias são ideais para aproveitar a energia eólica e solar. (O Estado de S. Paulo – reportagem do The Washington Post)

PANORAMA DA MÍDIA

O Globo: Boom de microapartamentos: cresce demanda por imóveis de até 30 m². Levantamento da plataforma Quinto Andar, com dados de 2022, mostra que as cidades de Fortaleza e Brasília se destacam com a maior participação de unidades com menos de 30 metros quadrados. Em ambas, a fatia de microapartamentos chega a 44%. Isso significa que, de cada cem imóveis de um quarto anunciados, 44 têm menos de 30 metros quadrados. Em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, essa fatia fica em torno de 25%.

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Folha de S. Paulo: Revisão do Plano Diretor mantém regra que levou mais moradia a bairros caros de SP. Em quase uma década, o atual Plano Diretor de São Paulo produziu efeitos desiguais quanto à oferta de moradia na cidade. Se, por um lado, a lei de 2014 atingiu a meta de estimular o mercado a fazer prédios residenciais nas áreas onde há mais transporte público, por outro, concentrou o adensamento imobiliário nas regiões mais caras da cidade.

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Valor Econômico: Investimento em rodovias pode atingir ápice, mas gargalos limitam expansão. O investimento nas rodovias federais em 2023 pode alcançar R$ 30 bilhões, somando o aporte da União em obras públicas e recursos aplicados nas estradas concedidas à iniciativa privada. Com grande volume de obras, após período de estagnação causado pela desaceleração da economia e efeitos da covid-19, o setor monitora os riscos de gargalos com a falta de profissionais qualificados e a escassez de insumo.

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O Estado de S. Paulo: O Google e a Meta – controladora do Facebook, Whatsapp e Instagram – lideraram uma operação de pressão e lobby para derrubar o Projeto de Lei 2630, o PL das Fake News, da pauta do Congresso brasileiro. Ao longo de 14 dias, as empresas e outras big techs atuaram fortemente para deputados se posicionarem contra a proposta, com ameaças de retirar conteúdo das redes sociais e disseminação de uma campanha de ataques às contas deles na internet.