O leilão de transmissão de energia que estava previsto para outubro deste ano deve ser realizado dia 15 de dezembro, disse Sandoval Feitosa, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), após participar do certame desta sexta-feira, 30, em São Paulo. Feitosa ainda confirmou que o leilão que seria em dezembro vai para março de 2024.
“O sucesso que tivemos no leilão de hoje explica, em parte, a razão pela qual espaçamos os leilões. Tínhamos um conjunto de obras que chega próximo de R$ 60 bilhões, com capacidade de execução desafiadora, do ponto de vista de fornecedores, mão de obra, órgãos estatais que têm que analisar a documentação”, explicou Feitosa.
Segundo o diretor-geral da Aneel, houve o entendimento que manter os certames nas datas previstas anteriormente poderia resultar em leilões vazios, ou lotes com baixa competitividade. “Foi muito sensata a postergação dos leilões, em comum acordo com o planejador”, disse.
Em relação aos leilões previstos para 2024, Feitosa declarou que, no momento, não foram feitas alterações. “Mas claro que quando mexemos numa fila pode ter alteração, isso vamos ver com o MME e a EPE”, disse.
Previsibilidade e uniformidade
Para Eduardo Sattamini, presidente da Engie, uma das vencedoras do leilão desta sexta-feira, o adiamento é bem-vindo, já que as disputas que virão exigirão um maior cuidado e atenção.
Ele citou falta de oferta de mão de obra qualificada e capacidade de produção de estruturas metálicas, por exemplo, como assuntos preocupantes. Para Sattamini, é importante que os leilões de transmissão tenham uma “distribuição uniforme” além de previsibilidade de quando irão acontecer, para que os fornecedores possam se organizar.
“A gente tem que ter perenidade. Vamos fazer leilões de R$ 10, R$ 15 bilhões todo ano. Não adianta fazer R$ 50 bilhões num ano, R$ 2 bilhões no outro, depois R$ 50 bilhões. Isso não funciona. Tem que perder o caráter eleitoreiro dos leilões”, criticou Sattamini.
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