A Neoenergia ficou de fora das grandes disputas do primeiro leilão de transmissão de 2023, realizado na última sexta-feira, 30 de junho, sem levar nenhum lote para casa. A companhia fez ofertas em quatro lotes (1, 2, 5 e 7) e, apesar de uma preparação intensa de quatro meses em estudos sobre os projetos, se viu surpreendida pelos altos valores dos lances.
“Durante o leilão nos deparamos com uma agressividade que não esperávamos. Não esperávamos em razão das condições macroeconômicas já conhecidas, com taxa de juros muito alta, riscos indefinidos. Eram muitos lotes que podem ter dificuldades na hora do licenciamento para sua construção”, disse o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastagui.
Capelastagui complementou que empresa foi até onde podia, mas sem esquecer da disciplina de retorno que o seu conselho de administração exige.
“E chegamos até onde pudemos chegar. Os concorrentes foram muito mais agressivos, apareceram empresas que não são típicas desse setor. Os dois que apresentaram os maiores deságios são construtoras. Vamos ver o que acontece”, contou.
Para ele, a comprovação de que a empresa tomou uma decisão acertada foi a alta de 7% em suas ações na bolsa após o encerramento da licitação. E esse posicionamento, apesar dos cinco anos de histórico de vitória em leilões de transmissão, mostra o olhar crítico e de avaliação dos investimentos da companhia, sem loucuras.
Sobre o próximo leilão de transmissão, que também já é esperado pela empresa para dezembro, a Neoenergia quer participar das disputas, mas longe da tecnologia do bipolo Maranhão – Goiás.
“Os chineses estão muito fortes nessa tecnologia e nós, no grande lote de corrente contínua, não estaremos”, complementou Capelastagui.
*A jornalista viajou a convite da Neoenergia
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