O Brasil está caminhando para uma produção de 2,9 milhões de barris por dia (bbl/d) de petróleo no regime de partilha de produção, o que representará metade da produção nacional e dois terços da produção total do pré-sal. A informação foi apresentada por Cristiane Formosinho Conde, presidente substituta da Pré-Sal Petróleo (PPSA), durante a cerimônia de assinatura dos contratos do 1° ciclo da oferta permanente de concessão (OPC) no regime de partilha de produção de petróleo, que ocorreu nesta quarta-feira, 5 de julho.
“Estimamos que em 2030 alcançaremos o pico de produção de petróleo no regime de partilha de produção, saltando dos atuais 800 mil para 2,9 milhões de barris por dia”, afirmou Conde.
Segundo a executiva, até o próximo decênio, deverão ser investidos cerca de 72,5 bilhões na implantação de projetos que viabilizarão essa produção.
1° ciclo da OPC
No final da participação de Cristiane Conde foram assinados os contratos dos quatro blocos exploratórios, localizados nas bacias de Campos e Santos, nos litorais dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O leilão foi realizado em dezembro de 2022 e a previsão de investimento mínimo na fase de exploração é de R$ 1,44 bilhão.
Também presente na cerimônia, o secretário executivo do MME, Efrain Cruz, representando o ministro da pasta, Alexandre Silveira, afirmou que os contratos devem viabilizar diversos investimentos no país, principalmente no âmbito das pautas sociais.
“Estamos com um horizonte de arrecadação de centenas de bilhões de reais que serão destinados, em grande parte, ao fundo nacional de desenvolvimento do país. Esses contratos promovem o aproveitamento econômico e estratégico do petróleo, proporcionando segurança jurídica e transparência nos processos. A nossa meta é transformar o potencial energético do Brasil em um fio condutor de mudança social, revertendo a riqueza gerada em prosperidade para todos os brasileiros”, afirmou.
De acordo com Efrain Cruz, o Brasil é o nono maior produtor global de petróleo, fazendo do país um importante exportador, com perspectiva de aumentar em cerca de 109% a produção de petróleo até 2035.
Os blocos
O consórcio liderado pela francesa TotalEnergies (30%) e integrado pela Petronas (20%) e QatarEnergy (20%) arrematou o bloco Água Marinha, na Bacia de Campos, com 1,3 mil quilômetros quadrados. A Petrobras exerceu a preferência para operar o bloco e vai participar com o mínimo previsto em lei, de 30%.
A Petrobras arrematou sozinha o Norte de Brava, bloco no pré-sal da Bacia de Campos, com 147,6 quilômetros quadrados.
Já a petroleira britânica BP levou sem parceiros o bloco Bumerangue, da Bacia de Santos, com área de 1,1 mil quilômetros quadrados.
O consórcio formado por Petrobras (60%) e Shell (40%) arrematou o bloco Sudoeste de Sagitário, no pré-sal da Bacia de Santos, com 1 mil quilômetros quadrados.
Ao todo, a ANP já promoveu quatro licitações no modelo de oferta permanente: um sob o regime de partilha e três sob concessão.