Enquanto o marco regulatório para geração de energia eólica offshore não sai no Brasil, a Petrobras analisa entrar em dois projetos no exterior, em participação minoritária, para ganhar experiência e conhecimento, disse o diretor de Transição Energética e Energias Renováveis, Maurício Tolmasquim, em evento da diretoria da Petrobras com jornalistas hoje, 19 de julho, no Rio de Janeiro.
“Nossa meta em eólica offshore é aguardar a legislação para estudar projetos no Brasil, mas enquanto não abre aqui, estamos olhando para fora”, disse o executivo. Ele informou não se tratar de um leilão, mas não detalhou mais sobre os planos – que ainda estão em fase bastante inicial “e depois tendem a crescer”, segundo o presidente da companhia, Jean Paul Prates, que também participou do evento.
Prates e Tolmasquim mencionaram o leilão de áreas para eólicas offshore que arrecadou 12 bilhões de euros na Alemanha. “Sepulta de vez o conceito de que a eólica offshore é inviável e precisa de subsídio”, segundo o presidente da Petrobras. Inicialmente, o leilão na Alemanha previa o subsídio do estado alemão, mas acabou por atrair interessados em pagar pelas áreas.
Diante do resultado em outros países, Prates e Tolmasquim afirmaram “não fazer sentido” o atraso no processo regulatório no Brasil. “Pode ser um mecanismo enorme de arrecadação de recursos para o Estado brasileiro, estamos falando de cifras milionárias”, disse Tolmasquim. Eles consideram que os projetos de lei estariam maduros para aprovação.
“Teremos o megawatt de eólica offshore mais barato do mundo”, diz Prates
Os executivos avaliam que as condições para as eólicas offshore brasileiras, de águas rasas e clima favorável, levarão o Brasil a ter o “megawatt de eólica offshore mais barato do mundo”, segundo Prates.
“O nosso litoral será o paradigma que vai baixar o benchmark de custo de eólica offshore no mundo em menos de 10 anos”, disse o presidente da Petrobras. “Compare as dificuldades operacionais no Mar do Norte, no litoral leste americano, na costa de Brest da França ou em alto mar na Bacia de Santos. Aqui, vamos fazer manutenção [das eólicas offshore] de jangada”, concluiu.