As empresas Equatorial, EDP Brasil e Neoenergia registraram crescimento em quase todas suas concessionárias de distribuição no segundo trimestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os dados operacionais disponibilizados ao mercado. A geração distribuída, por sua vez, representou um percentual relevante da energia consumida no período, reduzindo o total entregue pelas distribuidoras.
Equatorial
A energia distribuída nas sete concessões de distribuição do grupo Equatorial Energia cresceu 6,8%, alcançando 13.071 GW no segundo trimestre de 2023. O número total de consumidores chegou a 13.919 ao final de junho deste ano, uma alta de 4,2% na comparação com o segundo trimestre de 2022.
A energia injetada por sistemas de micro e minigeração distribuída, por sua vez, cresceu 84,9% no período, a 834 MWh.
A energia distribuída pelo grupo foi puxada pelo crescimento 11,6% na área de concessão de Alagoas, e tendo como principal fator a expressiva redução de chuvas, em especial nos meses de maio e junho.
Na Energisa Maranhão, a alta foi de 10,2% na energia distribuída, ligado principalmente ao crescimento do consumo residencial, que aumentou 10,5% entre trimestres e que representa mais da metade da energia distribuída da concessão, também influenciada pelas condições climáticas do período.
De forma consolidada, as perdas do grupo reduziram 1.4 p.p. quando comparadas com o 2T22, e 1.8 p.p., sem a Equatorial Goiás, na qual a empresa completa seu segundo trimestre de gestão.
Segundo o grupo, comparando com o mesmo período do ano anterior, todas as distribuidoras do grupo apresentaram redução nos níveis de perdas, reforçando a trajetória de perdas e melhoria operacional do grupo.
Nessa trajetória a empresa destaca as reduções na CEEE-D e na CEA, que reduziram 4.5 p.p. e 4.3 p.p., respectivamente, e da Equatorial Alagoas, que apresentou uma redução de 3.4 p.p..
O grupo Equatorial detém as concessões de distribuição de Alagoas, CEA – Amapá, CEEE-D, Goiás, Maranhão, Pará e Piauí.
Neoenergia
A energia consumida nas áreas de concessão das distribuidoras da Neoenergia cresceu 2,7% no segundo trimestre do ano, a 19.873 GWh. Descontada a energia injetada pelos sistemas de geração distribuída no período, que somou 1.026 GWh (alta de 88,6%), o crescimento do consumo foi de 0,2%, a 18.847 GWh.
Os dados da companhia não fazem distinção entre a energia vendida para clientes cativos e para clientes livres, e mostram alta no consumo nas distribuidoras Coelba, Pernambuco e Cosern, com retração em Brasília e na Elektro.
Houve crescimento no consumo residencial em todas as distribuidoras, enquanto o segmento comercial encolheu nas cinco empresas.
EDP Energias do Brasil
O volume de energia distribuída pela EDP Brasil apresentou crescimento de 1,6% no trimestre, sendo de 0,3% na EDP São Paulo e 3,6% na EDP Espírito Santo. A companha ainda não destaca a geração distribuída nos dados operacionais. O destaque dos números está na distinção entre o mercado de clientes cativos (cresceu 1,2% no trimestre, a 3.467 GWh) e o de clientes livres (alta de 2,1%, a 3.253 GWh).
Segundo a companhia, o aumento de energia distribuída é resultado das condições climáticas, além de um maior período de faturamento e da melhora nas condições de emprego e renda, sendo observado um aumento do consumo das famílias e expansão do número de clientes, principalmente nas classes residencial e comercial.
A companhia registrou aumento de 2,9% no número de clientes, sendo 2,9% no mercado cativo e 16,5% no mercado livre. O grande aumento nos clientes livres é resultado das migrações de 148 clientes na EDP SP e 143 clientes na EDP ES.
O volume de energia comercializada no trimestre totalizou 4.049 GWh, em linha com o mesmo período do ano anterior, decorrente do cenário hidrológico favorável no Sistema Interligado Nacional (SIN), resultando em altos níveis dos reservatórios junto ao comportamento da carga com a realização abaixo do esperado e da manutenção do patamar de preços baixos.
Considerando o mercado varejista e atacadista, o volume de energia comercializada totalizou 704 GWh, aumento de 329 GWh, decorrente de novos contratos estabelecidos com clientes de pequeno/médio porte, de migrações dos clientes do mercado cativo para o mercado livre, além do aumento do consumo decorrente da redução dos preços de energia.
Geração
As empresas também divulgaram os dados de geração do trimestre. No período, os complexos eólicos da Echoenergia, controlada da Equatorial, apresentaram um aumento de 6,4% na geração em comparação ao mesmo período de 2022. O resultado da operação se deve a maior disponibilidade do recurso eólico, consequência da transição de fenômenos climáticos no período.
A EDP Brasil, por sua vez, informou que o volume de energia vendido pelas hidrelétricas, considerando as empresas consolidadas, foi de 1.276 GWh, redução de 14,1%, decorrente da venda da UHE Mascarenhas, concluída no início de dezembro de 2022. Considerando as empresas não consolidadas – UHEs Jari, Cachoeira Caldeirão e São Manoel –, o volume de energia vendida aumentou 3,4%.
A Omega Energia, que tem um parque 100% de geração eólica, informou que sua geração somou 1.658,9 GWh no segundo trimestre do ano, acima dos 1.266,8 GWh gerados no mesmo período de 2022. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a maior geração de abril a junho veio do complexo eólico Assuruá e Ventos da Bahia, num total de 878,6 GWh sendo os únicos a apresentarem incremento do primeiro para o segundo trimestre.
A empresa destacou ainda entrada em operação da eólica Assuará 4, além do ramp-up de Assuruá 5, tendo contribuído com 23,2 GWh para a geração de junho e totalizando 33,2 GWh no trimestre.
As usinas do Complexo Delta, Complexo SE/CEO e Chuí, apresentaram queda do primeiro para o segundo. No último, em que a empresa aponta a geração abaixo do esperado, num total de 677,5 GWh no primeiro semestre, há a ressalva que a incidência de recurso na região apresenta uma maior volatilidade entre os meses do ano, e uma menor volatilidade no ano.