Em 2022, de US$ 1 trilhão investido em tecnologias de transição energética, US$ 448 bilhões foram destinados ao setor de eletromobilidade, conforme aponta o novo relatório ‘Energy Transition Factbook: prepared for the 14th Clean Energy Ministerial’ da BloombergNEF, em parceria com o Clean Energy Ministerial (CEM), que reúne 25 países.
Segundo o relatório, o segmento apresentou uma alta de 54% em relação ao ano anterior, com a maioria dos investimentos destinados à cadeia de suprimentos e para a compra de veículos elétricos.
“Ao todo, 10,4 milhões de veículos elétricos foram vendidos em 2022, um aumento de 60% em relação a 2021. Hoje, aproximadamente 17% dos automóveis vendidos em 2022 podem ser conectados à rede elétrica”, afirma o documento.
A entidade ainda aponta que o crescimento do setor foi motivado, entre outros fatores, pelos preços mais altos dos combustíveis, além dos subsídios dos governos para a aquisição de veículos elétricos e a versatilidade dos modelos.
Em março deste ano, cerca de 21 países estabeleceram metas para reduzir o uso de carros a combustão, quase todos são membros do CEM. A Comissão Europeia, por exemplo, aprovou uma lei que proíbe efetivamente a venda de carros movidos a gasolina e diesel a partir de 2035, com objetivo de acelerar a transição energética do bloco.
Até 2026, a venda de veículos elétricos deve superar a marca de 27 milhões, conforme previsão da BloombergNEF, graças aos pacotes de incentivos públicos, como o Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) norte-americana.
Superando as renováveis
O montante de US$ 448 bilhões aplicados no setor superou os investimentos destinados às fontes renováveis, que responderam por US$ 442 bilhões das aplicações financeiras do ano passado, alta de 20% na mesma comparação.
Segundo o documento, a energia solar fotovoltaica foi o principal alvo dos investimentos, enquanto a energia nuclear, o armazenamento de energia, a captura e o armazenamento de carbono e o hidrogênio representaram pouco mais de um décimo do investimento total. Cerca de US$ 370 milhões foram usados em tecnologias relacionadas ao hidrogênio, bem acima dos US$ 100 milhões aplicados no ano anterior.
O armazenamento de energia alcançou os US$ 15 bilhões em investimento, chegando aos 1 MW de capacidade em 2022, com a China, EUA e o Reino respondendo por 89% desse armazenamento. No documento, a BloombergNEF afirma que o crescimento da tecnologia se deu, principalmente, pela necessidade de flexibilização da rede devido as variações da geração renovável e o apoio de novas políticas.
Dos US$ 1 trilhão investidos mundialmente, salto de 34% em comparação com o ano anterior (US$ 760 bilhões), cerca de US$ 546 bilhões vieram da China, seguida pelos Estados Unidos (US$ 141 bilhões) e Alemanha (US$ 55 bilhões).