A italiana Enel teve lucro líquido de 2,5 bilhões de euros no primeiro semestre deste ano, aumento de 48,5% na comparação com o resultado dos primeiros seis meses do ano passado, de 1,7 bilhão de euros.
O lucro recorrente, que desconsidera despesas como aquisições e fusões, operações descontinuadas e baixas contáveis, subiu 52% no período, a 3,27 bilhões de euros.
A receita líquida da companhia recuou 28,2% no semestre, a 47 bilhões de euros. A maior retração se deu no trading e na geração termelétrica, cujo faturamento caiu 42,8%, a 19,6 bilhões de euros, devido ao menor volume de energia produzida, e da retração dos preços de energia.
Houve crescimento nas receitas da Enel Green Power (alta de 21,4%, a 5,1 bilhões de euros) e da holding (alta de 4,9%, a 1 bilhão de euros). As outras divisões tiveram retração, com destaque ainda para a Enel X (queda de 25,9%, a 883 milhões de euros) e na Enel Grids (queda de 0,5%, a 10,15 bilhões de euros).
No caso da Enel X, a retração de receita refletiu o reconhecimento de um ganho de capital de 220 milhões de euros no início do ano passado, devido à venda de uma participação acionária.
Na Enel Green Power, o aumento da receita refletiu a maior geração de energia na Italia, Espanha e na América Latina, principalmente hidrelétrica e solar.
A Enel confirmou ainda a projeção dos resultados para 2023, quando espera ter um lucro líquido recorrente entre 6,1 e 6,3 bilhões de euros. Em teleconferência sobre os resultados, o CEO do grupo italiano, Flavio Cattaneo, celebrou o desempenho da companhia.
“A nova gestão implementou prontamente ações para melhorar ainda mais a alocação de capital, maximizando o retorno sobre os investimentos, aumentando a eficiência e simplificando a estrutura do Grupo por meio de um foco geográfico em seis países principais”, disse.
A companhia anunciou sua estratégia para o período de 2023 a 2025 em novembro do ano passado. No Brasil, os planos envolvem concentrar as atividades de grids – distribuição de energia – nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo, com a venda da concessionária do Ceará, processo que ainda está em curso.
Além disso, foram anunciadas as saídas dos mercados da Romênia, Peru e Argentina, com foco nos países Itália, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos e Colômbia.
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