A Equinor anunciou nesta quinta-feira, 10 de agosto, o investimento de cerca de R$ 42 milhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), dos quais cerca de R$ 22 milhões serão dedicados para parte da infraestrutura de uma das estações de pesquisa do Sirius, acelerador de elétrons do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Outros R$ 20 milhões serão aplicados em parcerias com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em pesquisas direcionadas para o setor de óleo e gás.
A parceria com as três instituições tem escopos complementares que se integram no Sirius, equipamento que usa aceleradores de partículas para produzir um tipo especial de luz, chamada luz sincrotron. Esta luz é utilizada para investigar a composição e a estrutura da matéria em suas variadas formas, com aplicações em diversas áreas do conhecimento. Sirius é uma complexa infraestrutura científica, à disposição da comunidade científica brasileira e internacional, desenvolvida no CNPEM.
A colaboração da Equinor com o Sirius e CNPEM envolve projetos de infraestrutura para a linha de luz mogno, atualmente em fase de testes. Projetada para micro e nanotomografia de raios-X, a mogno permite gerar imagens tridimensionais em poucos segundos e em zoom contínuo, o que torna possível estudar uma mesma amostra em baixa e alta resolução. Assim, os pesquisadores terão uma melhor compreensão das dinâmicas do escoamento de fluidos através dos poros das rochas-reservatório, o que contribui, por exemplo, para a recuperação avançada de petróleo. “As amostras de rocha poderão ser analisadas em condições similares às dos reservatórios de petróleo, durante a injeção de diferentes fluidos nos meios porosos dessas rochas”, explica Harry Westfahl Jr., diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do CNPEM.
Na Unicamp, o projeto de P&D apoiado pela Equinor vai avaliar as propriedades das rochas existentes no pré-sal em relação a porosidade, permeabilidade e comportamento em contato com diferentes fluidos. As amostras de rocha serão enviadas ao CNPEM para serem investigadas na estação de pesquisa mogno e comparados a dados coletados no Laboratório de Reservatórios de Petróleo da Faculdade de Engenharia Mecânica (Labore), da Unicamp.
Na UFSC, já há pesquisa em andamento para desenvolver um protocolo digital para observar a interação de diferentes fluidos com amostras de rochas do pré-sal. Esses experimentos serão comparados a imagens geradas com uso de técnicas avançadas de microtomografia, realizadas no Sirius. O objetivo é aperfeiçoar os códigos de simulação numérica do escoamento de fluidos em meios porosos, o que é recorrentemente utilizado nas operações da Equinor.
“Investir em tecnologia e inovação é crucial para otimizar o setor de óleo e gás, acelerar projetos em energias renováveis e desenvolver soluções de baixo carbono, em linha com a nossa estratégia global. Nesse sentido, temos trabalhado para fomentar o desenvolvimento de soluções que contribuam para a eficiência de nossas operações, ao mesmo tempo em que estimulamos a ciência em nosso país”, afirma Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil.