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Ministro diz que apagão não tem relação com segurança energética – Edição do Dia

O apagão registrado ontem (15/8) em 25 estados e no Distrito Federal afetou um terço dos consumidores brasileiros. Apenas Roraima, que ainda não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), não foi afetado. A notícia foi destaque em reportagens e análises ao longo do dia.

Em entrevista a jornalistas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o evento não tem relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema elétrico brasileiro. Ele também negou problemas de planejamento do setor.

Segundo o ministro, eventos como o de ontem são “extremamente raros”, e uma contingência planejada do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) “minimizou a carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para que não houvesse interrupção total”. (O Estado de S. Paulo)

De acordo com o ONS, às 8h31, houve um incidente no SIN nas regiões Norte e Nordeste que levou ao acionamento de um mecanismo de segurança, cortando a ligação com os sistemas do Sul e Sudeste.

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O resultado foi um corte de 18.900 MW de carga — o equivalente a 29% do total. Esse procedimento de corte de cargas – conhecido como Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac) – acontece de forma automática quando alguma ocorrência é identificada no SIN, para proteger o sistema elétrico de danos maiores. (portal EPBR)

Em nota publicada em seu site, o ONS esclareceu que as causas da ocorrência ainda estão sendo apuradas. Ainda de acordo com o Operador, a normalização das cargas da região Sul foi concluída às 9h05min e nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, às 9h33min. O SIN foi 100% recomposto às 14h49min.

Segundo Alexandre Silveira, o ONS colocou como prazo limite 48 horas para entregar o relatório com um diagnóstico sobre as causas do apagão. Além da apuração dos órgãos setoriais, serão acionados o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que atuaram no começo do ano, quando houve sabotagem a torres de transmissão de energia. O ministro disse que o setor é sensível e requer completo monitoramento, mas que é “seguro”, ainda que toda ocorrência aponte para possíveis aperfeiçoamentos. (O Estado de S. Paulo). Alexandre Silveira afirmou que o blecaute atingiu de 27 milhões a 29 milhões de pessoas. (Valor Econômico)

Cinco turbinas de Santo Antônio saíram do sistema elétrico, dizem fontes

Cinco das 50 turbinas da hidrelétrica de Santo Antônio saíram do sistema elétrico com o desligamento de interconexão Norte-Sudeste, afirmaram ao Valor Econômico fontes a par do tema. A usina está localizada no rio Madeira, em Rondônia.

Há suspeitas de que o apagão ocorreu por causa de falha em instalações em um dos linhões que transmitem energia do Norte do país para o Sudeste, possívelmente o de Belo Monte.

Hidrelétrica Santo Antônio opera normalmente, diz a empresa

A Santo Antônio Energia afirmou que a operação na hidrelétrica, localizada em Rondônia, segue normalmente. Segundo a empresa, a usina, assim como todas as geradoras do país, entregam energia seguindo padrões estabelecidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A informação foi publicada pelo Valor Econômico.

A queda de braço que levou à renúncia do CEO da Eletrobras

O Valor Econômico informa que na segunda-feira (14/8), o chairman da Eletrobras, Ivan Monteiro, chamou o então presidente, Wilson Ferreira Jr., para uma reunião. Os conselheiros não queriam mais ter suas definições ignoradas e o executivo não demonstrava interesse em escutá-las, ressalta a reportagem.

Durante a conversa, ainda de acordo com o relato do Valor, Ferreira Júnior pediu demissão. “Então vamos acabar com isso, eu saio.” Não houve um acontecimento específico que levasse a esse desfecho, mas uma sequência de pequenos desgastes ao longo do ano entre o conselho e a diretoria. O Pipeline, site de negócios do Valor, ouviu três pessoas do alto escalão da Eletrobras diretamente envolvidas no processo ou em determinados episódios.

“O Wilson ignorava o que o conselho dizia. A comunicação era muito ruim”, disse um executivo. Uma dessas situações ocorreu em junho, quando o conselho decidiu demitir o então vice-presidente de comercialização da empresa, João Carlos Guimarães. Uma semana após a determinação, Ferreira não havia dispensado o executivo, quando foi novamente abordado pelos conselheiros: “a decisão é para comunicação imediata”.

Segundo fontes da reportagem, a competência do ex-presidente nunca esteve em xeque para o conselho. Ferreira cortou custos e tomou medidas para aumentar a eficiência. O colegiado, porém, buscava outro ritmo para a companhia. O Pipeline informa que tentou falar com Ferreira, mas não conseguiu até o fechamento da edição.

Gás natural pode ser energia da reindustrialização nacional

O jornal O Estado de S. Paulo traz, na edição desta quarta-feira (16/8), coluna de Pedro Rodrigues, informações a respeito da relevância do gás natural para a indústria brasileira. Ele ressalta que após a crise hídrica de 2021, a segurança energética ressurgiu com força nos debates do sistema elétrico brasileiro (SEB). Com o risco de racionamento e a intermitência da matriz energética, aumentaram as conversas sobre a vulnerabilidade do SEB. Ao mesmo tempo, ganha atenção a discussão sobre a reindustrialização e a percepção de que as políticas industriais e energéticas do país devem andar lado a lado.

Nesse contexto, ele ressalta que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou em fevereiro o Plano de Retomada da Indústria, relatório contendo propostas prioritárias para os cem primeiros dias do novo governo. Dentre as 14 propostas apresentadas, uma se referia diretamente ao setor de energia: a promoção da desconcentração e competição no mercado de gás natural.

O documento da CNI indica que o uso de gás natural, apesar de o combustível não ser a principal fonte de energia utilizada no segmento industrial, foi proporcionalmente o que mais cresceu, com ganhos de 20,8%.

Aneel publica novos prazos de extensão de outorga de UHEs

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (15/8) um ajuste nos prazos de extensão de outorga de usinas hidrelétricas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Os cálculos dos prazos foram reprocessados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para atender a dispositivos legais.

De acordo com informação publicada no site da Agência, a finalidade é contemplar a compensação do risco hidrológico (GSF) por meio do deslocamento do prazo de outorga previsto na Resolução Normativa nº 1.035, de 2022, considerando a decisão trazida no Despacho nº 921, de 5 de abril de 2022. Foram alterados os prazos de 152 empreendimentos que constam nos anexos das Resoluções Homologatórias 2.919/ 2021 e 2.932/2021 e que se enquadraram nos ajustes reconhecidos no Despacho nº 921/2022.

Alta de combustíveis reduz chance de IPCA dentro da meta em 2023, diz FGV Ibre

Os aumentos de 16,27% e de 25,82% em preços de gasolina e de diesel nas refinarias a partir de amanhã, anunciados ontem (15/8) pela Petrobras, diminuem chance de inflação esse ano dentro do intervalo de tolerância da meta inflacionária de 2023, de 1,75% a 4,75%. A ponderação partiu de André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), ouvido pelo Valor Econômico.

De acordo com André Braz, os combustíveis mais caros devem conduzir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, a uma taxa anual mais próxima a 5%, neste ano. Na última semana, o boletim Focus do Banco Central (BC) já tinha divulgado projeção de 4,84% para o IPCA de 2023. “Pode ser que essas projeções (de mercado) já contavam com esses reajustes”, afirmou.

Reajuste nos combustíveis terá impacto na inflação, diz Campos Neto

O jornal O Estado de S. Paulo também traz projeções a respeito do impacto na inflação em decorrência do reajuste nos combustíveis autorizado ontem (15/8) pela Petrobras. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, estima que o reajuste possa afetar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,40 ponto porcentual entre agosto e setembro.

”Hoje teve um aumento grande em combustíveis, que tem impacto na inflação. O impacto da gasolina (na inflação) é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje”, afirmou o presidente do BC em evento na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Aneel aprova reajuste médio de 2,3% nas tarifas praticadas pela Celesc Distribuição

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste médio de 2,3% na tarifa praticada pela Centrais Elétricas de Santa Catarina – Celesc Distribuição. O reajuste será válido a partir de 22 de agosto. O valor do reajuste foi calculado com base nas altas de 1,31% em encargos setoriais, 3,15% em custos com transmissão, 0,69% com os custos da distribuidora e 4,87% relativos à retirada dos componentes financeiros do processo ordinário anterior, subtraídas as quedas de 1,20% com despesas de energia, 0,09% com receitas irrecuperáveis e 6,42% relativas aos componentes financeiros do processo atual. (Valor Econômico)

Vibra “não ficará de fora” e passa a considerar diesel russo, diz CEO da empresa

A Vibra Energia “não ficará de fora” e passou a considerar a compra de diesel russo mais barato como uma alternativa, disse ontem (15/8) o CEO da empresa, Ernesto Pousada, após a companhia sofrer impactos em seus resultados do segundo trimestre em meio a uma forte importação do produto por concorrentes com descontos ante origens mais tradicionais.

A Folha de S. Paulo informa que em videoconferência com analistas de mercado, o executivo ressaltou que a empresa não comprou diesel de origem russa ao longo do segundo trimestre, enquanto avaliava questões de compliance, uma vez que a Rússia sofre sanções ocidentais por conta da invasão da Ucrânia.

A decisão por considerar o diesel de origem russa como alternativa foi “bastante pensada, discutida” e tomada apenas após a companhia entender que a importação do produto “é estrutural e não oportunística”, enfatizou Pousada.

PANORAMA DA MÍDIA

O apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal é destaque na edição de hoje (16/8) dos principais jornais do país. O reajuste de preço dos combustíveis também está entre as manchetes do dia.

O Valor Econômico informa que o apagão foi causado por duas falhas simultâneas no sistema elétrico do país. Uma delas foi a sobrecarga em uma linha de transmissão no Ceará e outra ainda estava em investigação na noite da terça-feira (15/8).

Segundo fontes da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, uma falha operacional teria feito a subestação de Xingu parar de funcionar. Ela fica na cidade de Anapu e recebe energia da Usina de Belo Monte. Ela faz o tratamento técnico da energia e distribui a eletricidade para o restante do país.

De acordo com apuração feita pela Folha de S. Paulo, existem várias possibilidades de caráter técnico em análise. Técnicos ouvidos pela reportagem dizem que o mais provável é que a falha tenha começado na região Norte. Como os reservatórios das hidrelétricas estão cheios e não era horário de pico quando a energia foi interrompida, é quase certo que ocorreu falha operacional. Pelo volume de energia, essa falha é qualificada como grave.

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O Estado de S. Paulo: Petrobras reajusta preços; Banco Central prevê aumento da inflação. Alta na refinaria pode elevar IPCA em 0,40 ponto, disse Campos Neto, presidente do BC.

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