Política Energética

Polícia Federal abre inquérito para investigar eventual sabotagem em 'apagão'

A Polícia Federal comunicou nesta terça-feira, 22 de agosto, que instaurou inquérito policial para apurar as causas do apagão que deixou mais de 27 milhões de consumidores sem energia em 25 estados brasileiros. A investigação corre em sigilo e apura os crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública.

Polícia Federal abre inquérito para investigar eventual sabotagem em 'apagão'

A Polícia Federal comunicou nesta terça-feira, 22 de agosto, que instaurou inquérito policial para apurar as causas do apagão que deixou mais de 27 milhões de consumidores sem energia em 25 estados brasileiros. A investigação corre em sigilo e apura os crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública.

O inquérito ocorre a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME), conforme comunicou Alexandre Silveira, chefe da pasta, em coletiva de imprensa na data do apagão, em dia 15 de agosto.

“Eu gostaria de compreender diferente, mas mais do que nunca, acho que é extremamente necessária a participação muito ativa da Polícia Federal neste caso, já que o ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão que teve a paralisação da energia no país”, disse o ministro na oportunidade.

O desligamento foi considerado como desproporcional pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), com a separação do Sistema Interligado Nacional (SIN) em três áreas elétricas.

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“Na avaliação inicial, demonstrada às instituições do setor elétrico, a equipe técnica do ONS reiterou que um evento dessa natureza, de forma isolada, não seria suficiente para ocasionar a interrupção de energia elétrica observada na ocorrência em questão”, disse o Operador em nota.

Durante o mês de janeiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabilizou 11 ocorrências em eventos associados a queda de torres no sistema de transmissão, e relacionados a possíveis atos de vandalismo. 

Foram três em Rondônia, quatro no Paraná, três em São Paulo e uma no Mato Grosso, das quais, quatro torres foram derrubadas e 16 danificadas. No entanto, o suprimento de energia se manteve íntegro, sem o registro de interrupção de transmissão da energia e sem prejuízo aos consumidores do país.

Na época, a Aneel manteve agendas de trabalho com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no sentido de compartilhamento e troca de informações, além do repasse dessas informações ao Ministério de Minas e Energia.

Em entrevista no mesmo período, Mario Miranda, presidente da Associação Brasileira das Transmissoras de Energia (Abrate), considerou que a tentativa de danificar uma instalação de transmissão foi um ato “de pessoas conhecedoras do evento, porque estamos falando de tensionamento, estais de torres da ordem de mil, dois mil, três mil quilos, e não se faz isso com ferramenta simples, e sim com algum conhecimento de fato”.