Novo estudo divulgado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) mostra que, do total de 129,5 GW de energia elétrica centralizada já outorgada, com previsão de operação entre 2023 e 2029, 92% estão sendo destinados ao mercado livre.
Esses novos projetos via mercado livre representam mais de R$ 384 bilhões de investimentos no período, de um total de R$ 424 bilhões previstos para todo o segmento de geração de energia no período.
Estudo realizado pela Abraceel em 2019 mostrou que o ambiente de contratação livre respondia, naquele ano, por 34% de toda a expansão do parque gerador prevista para ser entregue em cinco anos. Novos recortes realizados em 2021 e 2022 detectaram que essa parcela cresceu para 72% e 83%, respectivamente. Agora, está em 92%.
Além disso, dados do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apontam que do total dos projetos eólicos e solares financiados pelo banco entre 2018 e 2022, 52% foram suportados por comercializadoras.
O estudo da Abraceel constatou que, mesmo considerando apenas as usinas com obras em andamento e licença de instalação vigente, o que soma 18,5 GW no banco de dados da Aneel, o mercado livre de energia segue como ambiente majoritário para os novos investimentos, pois concentra 77% da geração centralizada em expansão até 2029.
“Na transição energética da área de energia elétrica, o Brasil está muito bem-posicionado no desafio de descarbonizar a geração elétrica, já que mais de 90% da energia elétrica produzida é proveniente de fontes renováveis. Mas estamos muito atrasados nos desafios de descentralizar a contratação de energia elétrica e de digitalizar a medição do consumo, elementos fundamentais para que a transição energética alcance o consumidor de energia”, explicou o presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira.
O estudo da Abraceel considerou bancos de dados e informações oficiais de instituições como Aneel, EPE, CCEE e BNDES. Foram consideradas apenas usinas centralizadas, cuja oferta é registrada pela Aneel como verde e amarela, no horizonte entre 2023 e 2029. O estudo não considera a expansão da geração descentralizada e exclui usinas centralizadas sem previsão de entrada em operação ou com obras paralisadas.