Reportagem do Valor Econômico destaca que a energia renovável adicionada globalmente em 2022 reduziu a conta de combustível para gerar eletricidade no mundo todo. Quase 90% da capacidade das energias renováveis contratada no ano passado registrou custos mais baixos do que a eletricidade produzida por meio de combustíveis fósseis.
O aumento da capacidade instalada de energias renováveis desde o ano 2000 reduziu a conta global de combustível para o setor elétrico em pelo menos US$ 520 bilhões em 2022. Os países que não pertencem ao grupo da OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, irão economizar US$ 580 bilhões durante o ciclo de vida das fontes de energias renováveis adicionadas em 2022.
Os dados fazem parte do relatório anual sobre o custo da produção de energia renovável publicado pela Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena), com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Petrobras tem a maior queda de dividendos do mundo no 2º trimestre
A Petrobras teve a maior queda de dividendos do mundo no segundo trimestre de 2023 (em relação ao mesmo período do ano passado), de acordo com relatório da gestora britânica Janus Henderson, antecipado ao Valor Econômico.
Referência de preços para a estatal, o petróleo Brent recuou mais de US$ 40 entre a mesma janela de 2022 e do ano seguinte, o que explica a diferença e o recuo de outras petroleiras no ranking, como a colombiana Ecopetrol.
Segundo dados da 39ª edição do Índice Global de Dividendos, a distribuição da estatal recuou de US$ 9,70 bilhões para US$ 3,40 bilhões, queda de 64,9%, o que também ajudou a pressionar os pagamentos totais brasileiros – houve recuo subjacente (considerados efeitos cambiais e dividendos extras) de 53% e nominal de 44% no período. Não obstante, a empresa se manteve como a maior pagadora do país, seguida, entre as companhias analisadas, por Banco do Brasil, B3, Eletrobras e Bradesco.
Aneel aprova proposta para aperfeiçoar requisitos para outorga de autorização
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem (29/8), em reunião pública, o resultado da Consulta Pública nº 39/2022, proposta com o objetivo de aprimorar requisitos e procedimentos necessários à obtenção de outorga de autorização de usinas eólicas, fotovoltaicas, termelétricas, híbridas e outras fontes alternativas para geração de energia, previstas na Resolução Normativa 876/2020.
Esse tema ficou em consulta pública de 11 de agosto a 17 de outubro de 2022. Das 262 contribuições, 42 foram aceitas e 96 aceitas parcialmente, e subsidiou o aprimoramento do rito de outorgas destas fontes, por meio da Resolução Normativa nº 1.071/2023.
Os empreendedores que apresentaram pedido de outorga de autorização à Aneel sob a vigência da Resolução Normativa 876/2020, mas que ainda estão na fila para serem analisados, terão 30 dias para serem atualizados e cadastrados no Sistema Go, da Superintendência de Concessões, Permissões e Autorizações dos Serviços de Energia Elétrica. Já os pedidos de alteração de características técnicas terão 90 dias para que sejam atualizados por meio desse mesmo sistema. (Fonte: Aneel)
Outorgas de PCH e de UHE até 50 MW
Na mesma reunião de diretoria, realizada ontem (29/8), a Aneel aprovou o aprimoramento de requisitos e procedimentos para obtenção de outorga de autorização para exploração de aproveitamento de potencial hidráulico com características de Pequena Central Hidrelétrica (PCH). As mudanças têm o objetivo de simplificar os processos e estimular a competitividade desta fonte de geração. (Fonte: Aneel)
Preço do diesel sobe semana que vem com aumento de imposto; expectativa é de alta de 1,7% na bomba
O jornal O Globo informa que o preço do diesel vai aumentar novamente na próxima semana com a reoneração do PIS/Cofins, que hoje está zerado e passará a ser de R$ 0,11 por litro. As distribuidoras se reuniram com a Petrobras e Acelen ontem (29/8) à tarde e decidiram que o novo valor da alíquota entrará em vigor no dia 5 de setembro.
A expectativa é que o novo valor do PIS/Cofins aumente o valor do diesel na bomba em 1,7%. O avanço vai ocorrer em um momento de alta nos preços. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o diesel registra aumento há quatro semanas seguidas nos postos. Na semana passada, por exemplo, o valor médio do litro subiu 10%, de R$ 5,38 para R$ 5,93.
A guerra entre refinarias privadas e Petrobras por preço do petróleo
Reportagem publicada hoje (30/8) pelo portal Metrópoles ressalta que a Petrobras, detentora de cerca de 80% da capacidade de refino no país e responsável por mais de 93% da produção nacional de petróleo, se tornou alvo de um grupo de refinarias privadas que acusam a empresa de prejudicar a livre concorrência e abusar de sua posição dominante no mercado.
Reunidas na Associação Brasileira de Refino Privado (Refina Brasil), criada em dezembro do ano passado, essas oito refinarias recorreram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em meados de junho, para exigir que a Petrobras venda petróleo com os mesmos preços praticados para suas próprias refinarias.
A reportagem explica que a associação é formada pelo megafundo árabe Mubadala Capital e por empresas que respondem por 20% dos combustíveis nacionais. Compõem a associação as refinarias de Mataripe (BA), Dax Oil (BA), Ream (AM), Energy SSOil (SP), Paraná Xisto (PR), 3R Petroleum (RJ), Grepar (CE) e Refino Brasil (BA).
Gás Natural SPS também recorre a contrato de longo prazo com Petrobras
A Agência EPBR informa que a distribuidora Gás Natural São Paulo Sul, operada pela Naturgy, fechou um contrato de fornecimento de gás natural de longo prazo com a Petrobras, válido entre 2024 e 2034.
O acordo prevê a entrega de 900 mil m3/dia entre 2024 e 2028, com uma curva de reduções graduais nos volumes até o fim do contrato até chegar a 450 mil m3/dia em 2034. O fator Brent – percentual da cotação do petróleo ao qual o preço do gás está indexado – foi mantido em 11,9%.
Macron acha que França faz parte da Amazônia e pede adesão à OTCA
O Valor Econômico informa que o presidente da França, Emmanuel Macron, fez um anúncio surpreendente em discurso anual aos embaixadores franceses na segunda-feira (28/8), em Paris: a França quer aderir ao tratado de cooperação que reúne os oito países amazônicos.
“Declaro solenemente que a França é candidata a participar da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e a desempenhar um papel pleno nela, com uma representação associando estreitamente a Guiana Francesa’’, anunciou Macron.
“Isso é muito importante, e devemos desempenhar nosso papel diplomático por meio de nossos territórios ultramarinos. Portanto, eu realmente espero que o Brasil e todas as outras potências da região aceitem nossa candidatura e nos permitam participar desse formato”, acrescentou.
Para Macron, a França poderia aderir justamente em razão de a Guiana Francesa ter território amazônico e, na sua visão, a França assim é também amazônica.
Causa do apagão foi falha em equipamentos e não tem relação com geração de energia, diz ONS
O atraso no tempo de resposta de equipamentos causou o apagão do último dia 15, disse ontem (29/8) o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, em audiência na Câmara dos Deputados.
Segundo ele, relatórios preliminares demonstram que o tempo de entrada em ação dos aparelhos — que deveria ser de 15 a 20 milissegundos — foi na faixa de 50 a 80 milissegundos, o que teria provocado uma “série de outros pequenos eventos” que, na prática, levaram a uma desconexão do sistema integrado. Ele não informou quais equipamentos nem de quais usinas falharam. (O Globo)
Crescimento de fontes eólica e solar não é problema para operação do sistema, diz ONS
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, disse ontem (29/8) que o crescimento das fontes eólica e solar “não é problema” para a operação, apesar de o caráter intermitente dessa geração atribuir complexibilidades à gestão das redes.
“Esse crescimento de energia eólica e solar – às vezes, na imprensa, aparece como problema –, afirmo aqui, perante aos senhores, que não é problema nem no Brasil nem no mundo”, enfatizou Ciocchi, ao participar de audiência pública nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados. (Valor Econômico / ONS)
Eletrobras testa mercado em setembro para emissão histórica de R$ 7 bilhões
Pouco mais de um ano após ser privatizada, a Eletrobras fará em setembro a maior captação já realizada no mercado de renda fixa do Brasil, de R$ 7 bilhões em títulos de dívida (debêntures), informa o jornal O Estado de S. Paulo.
BTG Pactual, Bradesco BBI, UBS BB e Santander são os bancos coordenadores da operação e terão o desafio de colocar uma oferta de volume um pouco fora da curva em um mercado que ainda começa a se recuperar de quatro meses seguidos de perdas. Fontes da Faria Lima comentam que as maiores ofertas do mercado de renda fixa local têm sido feitas em um limite de até R$ 5 bilhões.
Modelo de ‘corporation’ da Eletrobras não foi feito para setores estratégicos, diz Alexandre Silveira
Em audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados, realizada ontem (29/8), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a criticar a privatização da Eletrobras.
Segundo ele, o modelo de “corporation” adotado pelo governo anterior, que limitou o poder de voto de qualquer acionistas a 10%, é prejudicial ao Brasil. “O modelo de corporation, usado em países desenvolvidos, não é incomum no mundo, mas, na minha visão, não foi feito para ser utilizado em setores estratégicos nacionais, que inclusive envolvem a segurança nacional”, disse Silveira.
O ministro afirmou que, mesmo com fatia expressiva do capital social da Eletrobras, acima de 40%, precisa se submeter à “articulação de chapa” com acionistas minoritários para tentar emplacar algum executivo na companhia. (Valor Econômico)
Liderança do Brasil no G20 será altamente inovadora
Em entrevista ao Valor Econômico, o economista reconhecido mundialmente e um dos pioneiros na defesa do desenvolvimento sustentável, o professor da Universidade Columbia Jeffrey Sachs se mostra otimista com a presidência do Brasil no G20 (grupo de 20 grandes economias globais), a partir de dezembro.
Ele diz estar confiante que o país terá uma liderança inovadora no período e considera a realização da Cúpula no Brasil em 2024 como uma oportunidade histórica para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Sachs é categórico ao se colocar contra a exploração de petróleo na margem equatorial. “Novos projetos de petróleo não são uma boa ideia. Ponto. Em qualquer lugar do mundo”, afirma. O economista participou ontem (29/8), no Rio de Janeiro, do seminário “Thinking 20, a Global Order for Tomorrow”, organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), com apoio da prefeitura do Rio, Ipea, Funag, BNDES e Universidade Columbia.
BNDES deve lançar fundo para apoiar exploração de minerais estratégicos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançará, até o fim do ano, um fundo de capital para apoiar a exploração dos chamados “minerais estratégicos”, categoria que abrange o lítio, o nióbio e o cobre, entre outros.
Em participação no painel “Mineração para a transição energética: Oportunidade para a América Latina”, da Exposibram (de 19 a 31 de agosto, em Belém – PA), o chefe do departamento de Indústria de Base e Extrativa do banco de fomento, Flávio Mota, confirmou também que o Fundo Nacional sobre Mudança de Clima realizará captação no exterior no valor de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) em títulos verdes (green bonds), conforme anunciado há dias. O governo brasileiro será responsável pelo hedge (proteção) contra as variações cambiais, esclareceu Mota. Atualmente, o fundo conta com recursos da ordem de R$ 600 milhões.
O chefe de setor do BNDES lembrou que o apoio à expansão na produção de minerais estratégicos tem impacto na transição energética e na segurança alimentar (por meio do desenvolvimento da indústria de fertilizantes), dentro da visão estratégica do banco de fomento. De acordo com Mota, o fundo de capital para minerais estratégicos está em fase de escuta de atores de mercado. (Valor Econômico)
Presidente do BNDES sugere criação de programa de reflorestamento da Floresta Amazônica
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, sugeriu ontem (29/8) a criação de um programa de restauração e reflorestamento da Floresta Amazônica a ser apresentado na próxima reunião do G20, que será realizada em 2024, no Rio de Janeiro.
A fala foi feita durante o seminário “Thinking 20: a Global Order for Tomorrow”, realizado na sede da prefeitura do Rio. Segundo Mercadante, o desenho do programa poderia ser feito pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e começar pelas terras devolutas, mas seria preciso um financiamento internacional para isso. (O Globo)
China aprova a construção de novas usinas termelétricas e se afasta de meta ambiental
A China vem aprovando a construção de novas usinas termelétricas movidas a carvão em ritmo recorde e vem se afastando da meta de se tornar neutra na emissão de gases de efeito estufa até 2060, segundo levantamento do Monitor Global de Energia (GEM, na sigla em inglês) com o Centro de Pesquisa para Energia e Ar Limpo (CREC, na sigla em inglês), publicado ontem (29/8).
O levantamento mostrou que no primeiro semestre de 2023 as autoridades chinesas aprovaram a construção de usinas que juntas podem produzir 52 gigawatts (GW), iniciaram a construção de mais 37 GW em capacidade produtiva e retomaram projetos que juntos podem adicionar mais 8 GW à rede elétrica do país. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
O Estado de S. Paulo: Haddad resiste e diz que meta de déficit zero em 2024 não muda. Diante da especulação política sobre a possibilidade de alteração na meta da equipe econômica de zerar o rombo das contas públicas em 2024, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu que o projeto de lei orçamentária anual de 2024 será encaminhado ao Congresso “equilibrado”, com receitas iguais às despesas. O texto precisa ser entregue ao Congresso até amanhã (31/8).
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Valor Econômico: De janeiro a julho, os saques em fundos fechados exclusivos ou reservados a poucos investidores superaram as novas aplicações em R$ 71,4 bilhões, segundo levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais). É mais da metade dos quase R$ 125 bilhões que deixaram a indústria de fundos no período. Em todo o ano passado, quando o setor em geral não foi bem, os veículos fechados tiveram uma subtração de R$ 21,9 bilhões, para saídas líquidas de R$ 113,2 bilhões no conjunto.
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Folha de S. Paulo: Oito em cada dez (81%) responsáveis por estabelecimentos comerciais de pequeno porte da cidade de São Paulo são contrários ao fim da venda parcelada sem juros no cartão de crédito, revela pesquisa Datafolha. Uma fatia de 15% é favorável à proposta, 3% são indiferentes e 1% não opinou.
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O Globo: Lula cria 38º ministério para ampliar espaço do Centrão no governo. A pasta de Geraldo Alckmin será dividida na reforma em curso para abrigar PP e Republicanos. O desenho final da reforma, porém, ainda não está definido.