O parlamento europeu aprovou projeto de lei que estabelece metas obrigatórias para que as companhias aéreas do bloco aumentem gradativamente o uso de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês). As regras passam a valer a partir de 1° de janeiro de 2024.
Segundo o projeto, os aeroportos e os fornecedores de SAF da União Europeia devem começar pela mistura de pelo menos 2% a partir de 2025, percentual que crescerá a cada cinco anos, chegando aos 6% em 2030; 20% em 2035; 34% em 2040; 42% em 2045; e 70% em 2050.
Além do SAF, a mistura deve incluir combustíveis sintéticos, como o e-querosene, que subirá gradativamente em 1,2% em 2030; 2% em 2032; 5% em 2035; e 35% em 2050.
Ficou definido ainda que, com a adoção do combustível de aviação sustentável em 2025, os voos da UE devem contar com um rótulo sobre o seu desempenho ambiental, em que companhias aéreas devem indicar a pegada de carbono prevista por passageiro e a eficiência esperada em termos de emissões de CO₂ por quilômetro.
Para ajudar na adição gradativa dos combustíveis, o mercado de carbono europeu deve fornecer cerca de 2 bilhões de euros em financiamentos às companhias aéreas para incentivar na transição.
A expectativa dos parlamentares é que o RefuelEU Aviation reduza as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990, ajudando o bloco se tornar neutra do ponto de vista climático até 2050.
“Este é um grande passo rumo à descarbonização da aviação. Chegou o momento de os governos da UE aplicarem as novas regras e ajudarem a indústria a assegurar sua implantação eficaz, bem como a cumprir os objetivos da UE. Não há tempo a perder. Num mundo complexo e competitivo, acredito queessa é uma grande oportunidade para posicionar a União Europeia como líder mundial na produção e utilização de combustíveis de aviação sustentáveis”, afirmou o relator do processo, José Ramón Bauzá Díaz.
Combustíveis sintéticos
Os combustíveis sintéticos, ou e-fuel, podem ser produzidos por meio da combinação da água (H2O) ao dióxido de carbono (CO₂). Antes da junção, a água passar pela eletrólise, fase em que as moléculas de hidrogênio e oxigênio são separadas e o oxigênio é desprezado.
Após este processo, o hidrogênio é combinado com o CO₂ capturado e previamente filtrado. O resultado desta somatória é o metanol, que ainda passa por um catalisador que vai dar origem ao combustível desejado.