O governo federal ampliou o compromisso brasileiro de redução da emissão de gases de efeito estufa, informou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, nesta quarta-feira, 20 de setembro, durante a abertura da Cúpula da Ambição Climática, evento que integra a programação da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, Estados Unidos.
No evento, a ministra leu uma carta em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que o Brasil ampliaria a redução de 37% para 48% até 2025 e de 50% para 53% até 2030, sempre em comparação com os níveis registrados em 2005.
“O mundo requer uma transição energética mais ampla. O Brasil, que já tinha uma das metas climáticas mais ambiciosas do mundo, decidiu ir além. Tenho a satisfação de anunciar hoje que vamos atualizar nossa contribuição nacionalmente determinada no âmbito do Acordo de Paris. Vamos retomar o nível de ambição que apresentamos originalmente na COP21 e que tinha sido alterado no governo anterior”, afirmou a Marina Silva.
De acordo com a carta do presidente Lula, as mudanças climáticas já atingem diretamente mais de 3 bilhões de pessoas, sobretudo em países de renda baixa ou média.
“Nenhum país deve ter que escolher entre lutar contra o aquecimento global ou combater a fome ou a pobreza. Esse é um falso dilema, todos temos o compromisso ético de fazer ambos”, destacou o documento.
Emergência climática
O mundo passa hoje por uma crise climática provocada pelas atividades humanas, segundo António Guterres, secretário-geral da ONU, e necessita de soluções climáticas urgentemente.
“A humanidade abriu as portas do inferno. A ação climática é ofuscada pela escala dos desafios. Se nada, mudar, caminharemos para um aumento de temperatura de 2,8 graus. Mas, o futuro não está definido. Cabe aos líderes escreverem outra história”, disse Guterres em seu discurso de abertura.
Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e atingir o limite de 1,5 graus, o secretário-geral defendeu o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, que somaram US$ 7 trilhões em 2022, montante este, que segundo ele, poderia ter sido usado na transição energética verde.