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Com lucro recorde, Prio prefere M&As a distribuição de dividendos

No terceiro trimestre de 2023, a Prio alcançou produtividade recorde, que superou os 100 mil barris de óleo por dia. A maior produção aliada ao preço alto do barril no período levou a empresa a uma receita total de US$ 835,2 milhões no trimestre, montante 121% maior do que no mesmo período de 2022. O lucro líquido foi de US$ 348 milhões, 126% a mais que no ano anterior. Os valores são fora do modelo IRFS 16. Em reunião com analistas sobre o resultado do trimestre ocorrida nesta quarta-feira, 1º de novembro, o presidente da Prio, Roberto Monteiro, informou que a preferência da empresa é que o caixa seja aplicado em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) de novos ativos, em vez de distribuição de dividendos para acionistas.

28/11/2007-Plataforma P-52 começa a produzir no Campo de Roncador. Foto: Stéferson Faria
28/11/2007-Plataforma P-52 começa a produzir no Campo de Roncador. Foto: Stéferson Faria

No terceiro trimestre de 2023, a Prio alcançou produtividade recorde, que superou os 100 mil barris de óleo por dia. A maior produção aliada ao preço alto do barril no período levou a empresa a uma receita total de US$ 835,2 milhões no trimestre, montante 121% maior do que no mesmo período de 2022. O lucro líquido foi de US$ 348 milhões, 126% a mais que no ano anterior. Os valores são fora do modelo IRFS 16.

Em reunião com analistas sobre o resultado do trimestre ocorrida nesta quarta-feira, 1º de novembro, o presidente da Prio, Roberto Monteiro, informou que a preferência da empresa é que o caixa seja aplicado em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) de novos ativos, em vez de distribuição de dividendos para acionistas.

“Ou fazemos M&A ou fazemos isso [distribuição de dividendos]. Não vamos fazer nenhuma política de dividendo, não faz sentido. Às vezes a gente precisa ter flexibilidade para comprar ativo, então isso está fora de pauta. Estamos trabalhando bastante em originação M&A”, disse Monteiro em resposta a um acionista na teleconferência.

A companhia espera continuar o bom resultado nos próximos trimestres, com o bom desempenho do campo Frade, a melhoria operacional de Albacora Leste e o desenvolvimento da divisão de trading, que comercializou 9,7 milhões de barris – maior nível já realizado pela companhia e que representa aumento de 154% em relação a 2022.

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“Conseguimos entregar mais da metade dos nossos produtos na modalidade entrega ao cliente. Esse era nosso grande objetivo, ter acesso ao cliente final, à refinaria”, disse o presidente Roberto Monteiro. Dessa forma, a empresa tem conseguido praticar descontos mais interessantes ao cliente e, com trading mais robusto e mais acesso a navios de frete, já devolveu metade de uma estocagem contratada no Caribe e planeja liberar a estrutura integralmente.

Apesar de não se comprometer com dividendos, Monteiro reforçou o bom investimento da companhia: “A empresa vai gerar bastante caixa, temos um bom track record de alocação de capital. Não vamos fazer nenhuma loucura, mas é hora de dar tempo ao tempo para olhar as opções que a gente tem. Hoje não dá para tomar uma decisão porque há uma vertente de originação de M&A que ainda está muito “verde”, disse.

Resultados

A alta produtividade da Prio no terceiro trimestre, na casa dos 100 mil barris diários, possibilitou também uma redução no lifting cost, que foi de US$ 7 por barril, o menor nível já conquistado pela empresa. O diretor operacional da Prio, Francilmar Fernandes, comemorou o resultado e disse que o lifting cost é a “grande proteção” da empresa contra as oscilações do mercado.

O campo de Frade teve produção de 56,6 mil barris por dia e representou 55,3% da receita da companhia no trimestre. Em seguida, Albacora Leste produziu 27,1 mil barris por dia e respondeu por 30,2% da receita no período. O cluster Polvo e Tubarão Martelo produziu 16,1 mil barris por dia no período e representou 14,5% das receitas.

No período, Frade foi o grande destaque. A empresa também celebrou a melhoria operacional de Albacora Leste, mesmo que o campo ainda apresente “fragilidades”. A empresa tem investido na correção das estruturas de Albacora Leste, e alcançou 81,4% de eficiência operacional no ativo no trimestre, contra 68,8% no terceiro trimestre de 2022. A projeção é chegar ao fim do ano com eficiência operacional entre 85% e 90%.

“A gente já tem um caminho para chegar lá, os pontos críticos em relação a geração de energia, injeção de água e gás estão sendo endereçados. Mas a gente tem um longo caminho pela frente”, disse Roberto Monteiro.

Campo de Wahoo

Para os próximos trimestres, a grande expectativa está no campo de Wahoo. A empresa está com dois pedidos de licenciamento ambiental para o campo, sendo uma para a instalação de linhas submarinas e outra para a perfuração de quatro poços. Segundo Monteiro, a licença para instalação das linhas é mais simples e vai determinar a data do primeiro óleo, enquanto a licença para perfuração dos poços vai indicar o volume de produtividade do ativo. A Prio espera que o primeiro óleo de Wahoo saia no primeiro semestre.

Além das licenças, ainda é necessário que a sonda Hunter Queen chegue ao Brasil. A embarcação também trabalhará na perfuração de novo poço em Frade e o planejamento da Prio é que, em seguida, passe para Wahoo.

O campo de Wahoo tem investimento (Capex) previsto de US$ 830 milhões. “US$ 600 milhões até o primeiro óleo e depois o delta seria injeção de água para etapa subsequente. A gente já deve ter gasto pouco mais de US$ 400 milhões esse ano, temos cerca de 200 para o próximo ano”, detalhou Monteiro. “ O Opex de Wahoo não vai ter grandes mudanças, é um óleo que vai entrar e será produzido pelo FPSO de Frade, então vai ter uma diluição dos custos de Frade”, complementou o presidente.