A 3R Petroleum encerrou o terceiro trimestre com receita líquida de R$ 2,36 bilhões, o que significa aumento de 369,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda (sigla em inglês para resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 828,6 milhões, 330% a mais que em 2022. Ainda, houve produção de 42,7 mil barris de óleo equivalente por dia, aumento de 186,7% na comparação com o ano anterior.
Mesmo assim, a empresa registrou prejuízo de R$ 77 milhões no terceiro trimestre. Em 2022, o período registrou lucro de R$ 469,7 milhões. A companhia explica o fenômeno com o pagamento de US$ 1 bilhão pelo Polo Potiguar, incorporado à 3R Petroleum em junho e com o pagamento executado no terceiro trimestre. Outro fator importante para o prejuízo, segundo a empresa, foi a marcação a mercado dos instrumentos derivativos de hedge, considerando a apreciação do Brent e da curva futura no final do terceiro trimestre.
Apesar dos efeitos contábeis negativos, a integração do Polo Potiguar representou incremento para os seguimentos de upstream e mid / downstream da 3R Petroleum, com a possibilidade de escoar, estocar e refinar petróleo, para si mesma ou para terceiros, como prestadora de serviços. O Polo Potiguar também é apontado como uma das razões para o aumento na produtividade do trimestre e para o valor considerado satisfatório no lifting cost, que ficou em US$ 18,5 por barril.
O terceiro trimestre foi marcado por paradas programadas para manutenção em ativos como plataformas do Polo Peroá e Papa Terra, além de manutenção nas unidades de mid e downstream do Polo Potiguar.
Em teleconferência com investidores sobre os resultados da companhia no terceiro trimestre, realizada nesta quinta-feira, 9 de novembro, o presidente da 3R Petroleum, Matheus Dias, explicou que as manutenções deverão aumentar a capacidade de produção das instalações “a um patamar muito próximo da capacidade nominal” e possibilitar o processamento de novos produtos, como a nafta.
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“A gente vem numa campanha de manutenção e recuperação de integridade em que parte é alocada em capex e outra em opex mas tudo isso é não recorrente, são atividades que a Petrobras não fez em 2020, 2021, 2022 e a gente precisa fazer em 23 e 24 para incrementar nossa capacidade de processamento. Isso é não recorrente e talvez fique mais claro no terceiro ou quatro trimestre de 2024 com a redução do valor absoluto de Opex em Papa Terra, por exemplo”, disse o diretor Financeiro da companhia, Rodrigo Pizarro.
Segundo os executivos, a companhia consegue se preparar para tais paradas, aumentando e estocando cargas a preços positivos, para reduzir os impactos da das paradas nas atividades das estruturas. Em relação às paradas das unidades de processamento de gás natural (UPGN), Pizarro lembra que parte relevante da 3R Petroleum é não-associada, ou seja, é possível reduzir a produção de gás sem impactar a produção de petróleo – que tem maior valor de mercado. Além disso, parte do gás produzido pela empresa é utilizado em suas próprias unidades, para produção de vapor.
Com a integração do Polo Potuguar e controle sobre unidades de processamento, a 3R Petroleum passou a atuar também em prestação de serviços. Esta passa a ser uma nova linha de receitas para a companhia, que está analisando parcerias nesse sentido.
Com a melhoria na eficiência das estruturas e integração de ativos, a 3R Petroleum espera atingir em 2024 uma produtividade entre 25% e 30% maior do que em 2023, sem aquisição de novos ativos. “Há possibilidade de incremento de reservas muito grande, principalmente quando avaliamos a fração já recuperada e o potencial de recuperação. Ainda temos muito potencial para incrementar sem necessariamente ter que adquirir novos ativos”, disse o presidente da 3R Petroleum, Matheus Dias. Segundo o diretor financeiro Rodrigo Pizarro, o investimento (Capex) para o próximo ano é de US$ 350 e US$ 400 milhões.
