A Renova Energia, que está em recuperação judicial, registrou prejuízo de R$ 47,9 milhões no terceiro trimestre de 2023, aumento de 177,7% na comparação com o prejuízo registrado em 2022. No período, a empresa teve restrições de geração na ordem de 26,8 GWh, o que correspondeu a perda de R$ 2,5 milhões em receita. Segundo a Renova, as restrições foram de 14,7 GWh em setembro, 5,0 GWh em agosto e 7 GWh em julho.
As medidas de segurança que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estabeleceu após o apagão de 15 de agosto explicam parte destas restrições, mas o maior impacto na geração se deve a manutenções preventivas que foram antecipadas pela companhia em função da menor taxa de ventos no período, segundo explicou o presidente da Renova Energia, Daniel Gallo, nesta quinta-feira, 16 de novembro, em teleconferência com acionistas a respeito dos resultados da companhia no terceiro trimestre.
A geração de energia da empresa também é impactada pela menor produtividade de seus parques. “As turbinas do nosso complexo eólico, para a época do equipamento, estão gerando muito bem, mas são menos eficientes que as tecnologias atuais”, reconheceu Daniel Gallo. No total, a empresa gerou 279,5 GWh no terceiro trimestre de 2023.
Oferta de ativo não atrai interessados
O plano de recuperação judicial da Renova Energia prevê a venda de ativos para geração de caixa. Assim, em julho foi oferecido ao mercado o projeto Cordilheira dos Ventos – Remanescente, mas não houve interessados na proposta. Com o resultado, não houve nenhuma venda de ativos ou receita extraordinária no período. A companhia deve continuar selecionando alguns projetos para venda, segundo informou o presidente Daniel Gallo na teleconferência.
Parque solar de GD aguarda conexão
O parque solar Caetité, localizado no sudoeste da Bahia, está com 94% das obras concluídas, faltando apenas a conexão, a cargo da Coelba. O ativo tem capacidade instalada de 420MW e a energia gerada será comercializada na forma de geração distribuída (GD).
Resultados
A Renova Energia registrou prejuízo de R$ 47,9 milhões no terceiro trimestre de 2023, aumento de 177,7% na comparação com o prejuízo do mesmo intervalo de 2022. Segundo a empresa, excluindo do cálculo a venda de ativos ocorrida em 2022 e que proporcionou geração de caixa extraordinária, o prejuízo teria tido redução de 27,2% na comparação com o ano anterior.
Com a venda frustrada do projeto Cordilheira dos Ventos – Remanescente, as receitas do grupo no terceiro trimestre de 2023 se referem à venda de energia. O montante correspondente à geração eólica foi de R$ 36,2 milhões, redução de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. A comercialização de energia levantou R$ 39,2 milhões em receita, aumento de 47,7% em relação a 2022. No total, a Renova Energia teve receita de R$ 57,3 milhões no período, redução de 8,7% em relação a 2022.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 18,2 milhões, redução de 61,9% na comparação anual. O Ebitda ajustado, sem o efeito da venda de ativos em 2022, teve redução de 40,4%.
