O Valor Econômico traz, na edição desta quinta-feira (14/12), uma análise a respeito dos leilões de petróleo realizados ontem (13/12) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro.
Os leilões de áreas de petróleo e gás natural, agora chamados de sessões públicas das ofertas permanentes de concessão e partilha, superaram as expectativas, segundo a ANP e empresas que participaram das disputas, destaca o Valor.
A avaliação positiva se deu apesar de os dois leilões realizados ontem terem negociado 193 blocos, o equivalente a cerca de 32% dos mais de 600 ofertados nos dois regimes. Pesou para a análise o fato de empresas de vários portes terem adquirido áreas terrestres e marítimas.
Entre os destaques dos leilões, esteve a Petrobras, que arrematou 29 blocos na bacia de Pelotas (RS), área de nova fronteira petrolífera, em consórcios formados com a Shell e a chinesa CNOOC. Nessa mesma área, a Chevron ficou com 15 bloco. Com os lances dados, a Petrobras dobrou a área exploratória da companhia ao adicionar mais 20 mil quilômetros quadrados a serem explorados, disse o presidente da companhia, Jean Paul Prates. Também chamou a atenção no certame a empresa Elysian, desconhecida no setor, que arrematou 122 blocos pelo regime de concessão.
Comerc contrata bancos para vender quinta maior usina solar do Brasil, dizem fontes
Reportagem do Valor Econômico destaca que há pouco mais de um mês da inauguração oficial do complexo solar de Hélio Vagas, em Várzea da Palma, Minas Gerais, a Comerc Energia colocou à venda o ativo. De acordo com a reportagem, a empresa já contratou os bancos BTG Pactual e o Itaú BBA para buscarem possíveis interessados, disseram fontes que pediram anonimato, visto que o tema ainda não é público.
O negócio pode demorar a acontecer, já que o baixo preço da energia elétrica neste ano colocou em compasso de espera um conjunto de operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) do setor, que prometia ser o mais ativo do ano.
Localizado no município de Várzea da Palma, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, o complexo é a quinta maior usina solar do Brasil e ocupa uma área de 1.497 hectares, com mais de 1,2 milhão de módulos fotovoltaicos. O complexo solar recebeu um investimento de R$ 2 bilhões e tem potência instalada de 662 MWp, o suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil residências ou cerca de 3 milhões de pessoas.
Petrobras diz que fará parte da solução do afundamento de solo em Maceió
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse ontem (13/12) que a companhia vai fazer parte da solução a ser encontrada para o afundamento do solo em bairros de Maceió causado pela exploração de sal-gema pela Braskem, da qual é sócia minoritária. É a primeira manifestação pública do executivo sobre o tema.
Segundo ele, a empresa acompanha a situação desde o início – o problema teve início na década de 1960. Neste meio tempo, afirmou, passaram diversos governos, órgãos ambientais e personalidades políticas pelo caso ao longo do tempo e que a companhia não vai se furtar a ser parte da solução para o quadro, classificado pelo executivo como “muito sério”. (Valor Econômico)
Como fica o mercado de carbono depois da COP 28
Reportagem da Agência EPBR explica que, em princípio, as conferências do clima da Organização das Nações Unidas (COPs) não cuidam dos mercados domésticos de carbono, ou dos mercados voluntários. As COPs não costumam tratar de como os países vão mitigar suas emissões, mas tão somente de estabelecer em que velocidade e em que grau devem fazê-lo.
Ainda assim, a COP oferece muitas discussões sobre a possibilidade de países e empresas cooperarem internacionalmente para a redução dos gases de efeito estufa, ou então de adquirirem créditos de carbono que tenham sido produzidos em outro país.
Esses diferentes mecanismos de interação, previstos no Artigo 6 do Acordo de Paris, são uma pauta importante da COP. A COP 28 não é diferente, discute-se a possibilidade e os limites do mecanismo REDD+ (reducing emissions from deforestation and forest degradation) como crédito de carbono, as suas diferenças com a chamada conservação incrementada ou aprimorada, além da possibilidade e velocidade de se eliminar ou reduzir o uso de combustíveis fósseis.
BNDES revisa cronograma e não tem prazo para concluir estudo de Angra 3
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pelo trabalho de estruturação da modelagem técnica, financeira e jurídica do projeto de retomada da obra da usina nuclear Angra 3, de 1.405 MW, não tem neste momento um prazo definido para sua conclusão, de acordo com informação do portal Energia Hoje.
O trabalho do banco estatal é o ponto de partida para que a Eletronuclear, gestora da geração atômica no Brasil, possa terminar a obra, iniciada há quase 40 anos. “No presente momento, o cronograma do projeto está sendo revisado para refletir novas etapas que se fizeram necessárias ao longo de 2023 e passará pelo processo de validação nas instâncias de governança do projeto, incluindo o alinhamento com a nova direção da Eletronuclear”, informou a instituição em resposta a questionamento feito pela reportagem.
O banco informou ainda que “há um trabalho integrado e intenso que vem sendo desenvolvido, envolvendo o BNDES, as consultorias contratadas pelo Banco e a Eletronuclear, considerando o nível de complexidade de um projeto de usina nuclear com essas características”.
A expectativa da Eletronuclear era de que o estudo pudesse ser concluído até o final deste ano, no máximo em janeiro do próximo, para que o edital de escolha da empresa ou consórcio que vai gerenciar (epecista, no jargão da engenharia) a montagem eletromecânica da usina seja lançado.
Desestatização da Emae será tema de audiência pública dia 22
A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo realizará no próximo dia 22 de dezembro, às 10h, audiência pública para colher sugestões e contribuições sobre o projeto de desestatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). A sessão pública será realizada de forma remota, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do governo de São Paulo no YouTube.
A Emae é uma sociedade anônima de capital aberto controlada pelo estado de São Paulo e que atua no setor de geração de energia hidrelétrica, além da operação do Canal Pinheiros e de reservatórios localizados na Grande São Paulo. O objetivo da sessão pública é receber as manifestações da sociedade a respeito da operação de alienação dos ativos mobiliários detidos direta e indiretamente pelo estado de São Paulo junto à Emae. (Canal Energia)
Piauí lança megaprojeto de hidrogênio verde nesta sexta (15)
As empresas Green Energy Park e Solatio marcaram, para sexta-feira (15/12), o lançamento da pedra fundamental de um megaprojeto de hidrogênio verde. O empreendimento será instalado na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí, localizado em Parnaíba, a 340 quilômetros da capital Teresina.
A primeira etapa do projeto deverá iniciar suas operações em 2027. Ao todo, estão previstos 20 mil megawatts (MW) de potência, mais que toda a capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu Binacional. As fases seguintes têm entrada em funcionamento estimada para 2035. A produção de hidrogênio verde ocorrerá com o uso de energia eólica e solar. As informações são da CNN Brasil.
RDP Brasil vai produzir biometano à base de resíduo suíno
A RDP Energia está investindo R$ 50 milhões para construir a primeira refinaria do Brasil que produzirá biometano a partir de resíduos da indústria de suínos. A unidade será instalada na cidade de Toledo (PR) e deverá entrar em operação em 2026.
A empresa já contratou junto à Central de Bioenergia de Toledo (CBT) 7,3 milhões de metros cúbicos de biogás por ano, que serão refinados para a produção do biometano. A expectativa é que sejam gerados 3 milhões de metros cúbicos de biometano por ano. A CBT, projeto da CIBiogás com recursos da Itaipu Binacional, será a responsável pela coleta e pelo processamento dos resíduos de suínos do Paraná. O biogás produzido a partir dos resíduos será enviado para a RDP para refino e produção do biometano. (InfoMoney)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Copom reduz Selic em 0,5 ponto, para 11,75%, e sinaliza mais cortes iguais. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros de 12,25% para 11,75% ao ano. Trata-se da quarta redução seguida na taxa Selic, que caiu ao menor nível desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano.
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Folha de S. Paulo: COP 28 aprova transição de energia, mas suaviza texto. Representantes de quase 200 países encerraram a COP28, conferência do clima da ONU, na quarta-feira (13/12) com a aprovação de texto que propõe que comecem a reduzir o consumo global de combustíveis fósseis, para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. O teor do documento, inédito, sinaliza que a era do petróleo pode estar se encaminhando para o fim, ainda que a linguagem escolhida seja mais fraca do que a necessária para a urgência de conter as mudanças climáticas, ressaltam especialistas em clima e líderes de países-ilha, os mais vulneráveis às consequências do aquecimento do planeta. O ano de 2023 é o mais quente em 125 mil anos, como aponta o observatório europeu Copernicus.
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O Globo e Folha de S. Paulo trazem como principal destaque a aprovação pelo Senado ao Supremo Tribunal Federal (STF), de Flávio Dino, ministro da Justiça. Dino chega à Corte com 344 processos em seu gabinete. Ele herdará ações que eram de responsabilidade de Rosa Weber, que se aposentou do STF no final de setembro, e casos que estavam com Luís Roberto Barroso, que se tornou presidente.