A série de rodadas de leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Ministério de Minas e Energia (MME) realizados na sede da B3, em São Paulo, nos setores de transmissão de energia e iluminação pública, movimentaram R$ 38,4 bilhões em investimentos a serem realizados em até 72 meses, segundo dados da B3, a bolsa de valores brasileira, e publicados pelo Valor Econômico.
A reportagem destaca que os leilões de transmissão têm sido realizados no Brasil com a finalidade principal de escoar o excedente de energia renovável no Nordeste do Brasil para os grandes centros consumidores do Sul e Sudeste, além de reforçar o Sistema Interligado Nacional (SIN). O maior certame ocorreu em dezembro, quando foram leiloados três lotes de empreendimentos nos estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins, com previsão de investimento de R$ 21,7 bilhões.
Em junho, foram leiloados mais nove lotes com captação de R$ 15,7 bilhões em investimento, que beneficiarão os Estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Sergipe, Rio de Janeiro e Pernambuco.
No geral, foram mais de 9 mil quilômetros de linhas de transmissão concedidas em todas as regiões do país. O deságio médio para esses dois leilões foi de 43%.
ONS estima crescimento menos elevado na demanda de carga no SIN
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 6 e 12 de janeiro, apresenta cenários prospectivos para um ritmo de crescimento menos acelerado da demanda de carga, ante a previsão inicial para janeiro, tanto para o Sistema Interligado Nacional (SIN), como para todos os subsistemas.
Para o SIN, o avanço deve ser de 9,1% (81.377 MWmed). A expansão mais elevada é projetada para o subsistema Norte, com 12,1% (7.293 MWmed); seguido pelo Nordeste, com 10,7% (13.442 MWmed); o Sudeste/Centro-Oeste, com 10,6% (46.478 MWmed), e o Sul, com 1,7% (14.164 MWmed). Os números são comparações entre os possíveis resultados de janeiro de 2024 e o mesmo mês de 2023.
Ainda que as indicações para a Energia Natural Afluente (ENA) sigam abaixo da média do período tipicamente úmido, a revisão atual estima um pequeno avanço considerando as primeiras expectativas divulgadas. O subsistema Sul deve registrar o percentual mais elevado, com 114% da Média de Longo Termo (MLT), quando, na semana passada, se esperava 81% da MLT ao final de janeiro. Para as demais regiões, a ENA ao final de janeiro deve chegar aos seguintes patamares: Norte, 75% (70%) da MLT; Sudeste/Centro-Oeste, 70% (68%) da MLT, e o Nordeste, 52% (51%) da MLT.
A perspectiva para os níveis de Energia Armazenada (EAR) é de estabilidade: todos os subsistemas deverão encerrar janeiro de 2024 em patamares superiores a 50%. A maior EAR projetada segue a da região Sul (73,5%). Na sequência, estão o Sudeste/Centro-Oeste (64,6%), o Norte (64,1%) e o Nordeste (56,3%). Já o Custo Marginal de Operação (CMO) continua em zero em todos os subsistemas, como observado há mais de um ano. (Fonte: ONS)
O fim do terminal de GNL do Pecém e suas consequências
Reportagem da Agência EPBR destaca que a venda do contrato de reserva de capacidade da Termelétrica Portocem (1,571 GW), da Ceiba Energy para a New Fortress Energy (NFE) promete mexer com as peças do tabuleiro do mercado brasileiro de gás, com implicações mais amplas do que uma simples mudança de dono do projeto termelétrico no Porto do Pecém, no Ceará. De acordo com a reportagem, o plano da NFE é transferir o contrato de Portocem para usinas conectadas aos novos terminais da companhia: Barbacena (PA) e RGS (SC).
A transação marca, assim, o fim do projeto de construção da térmica no Ceará – e, de quebra, joga pá de cal no novo terminal de gás natural liquefeito (GNL) que seria construído no Pecém, associado à usina. Inaugurada em 2008, a planta de regaseificação da Petrobras no Pecém – a primeira do tipo no país – foi descontinuada no fim de 2023.
Eletronuclear enfrenta incerteza sobre conclusão da usina de Angra 3
Reportagem publicada hoje (8/1) pelo Valor Econômico destaca que auditores que verificaram o balanço do terceiro trimestre da Eletronuclear, empresa responsável pelas usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ) apontaram para o fato de a empresa estar “afetada substancialmente” pelos financiamentos das obras de Angra 3.
A retomada da construção da usina depende de nova estruturação financeira que permita cobrir os investimentos ainda necessários para a implantação da unidade. Com a privatização da Eletrobras, a Eletronuclear passou a ser controlada pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), uma vez que as atividades de energia nuclear são monopólio da União.
No Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quinto bimestre de 2023, dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento, a Eletronuclear aparece com projeção de déficit primário de R$ 1,429 bilhão. É o segundo pior resultado depois da Emgepron. Em novembro, a Eletronuclear emitiu nota segundo a qual a inclusão dela na lista das estatais em 2023 alterou a percepção sobre a saúde financeira da empresa. Entre 2009 e 2022, a empresa integrava o Grupo Eletrobras, ficando isenta de ser incluída nas metas de resultado primário.
Light negocia dívida de R$ 3 bilhões com “bondholders”
A Light costura com os detentores de aproximadamente R$ 3 bilhões em bônus um acordo de pagamento que prevê a realização de leilão reverso para recompra de até R$ 500 milhões em títulos emitidos pelas concessionárias Light Energia S.A. e Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light SESA), conforme apurou o Valor. Segundo fonte que acompanha as negociações, essa seria uma forma de tentar construir consenso em torno de uma plano mais amplo de reestruturação das dívidas da companhia, que somam cerca de R$ 11 bilhões.
Ao todo, os “bondholders” (detentores de bônus) respondem por cerca de 30% dessa dívida (quase R$ 3 bilhões). Do total em mãos desse grupo, pouco menos de R$ 2 bilhões (US$ 400 milhões) são papéis emitidos pela distribuidora Light Serviços de Eletricidade e o restante (US$ 200 milhões), de bônus da Light Energia. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo trazem, como principal destaque da edição desta segunda-feira (8/1), os atos de vandalismo que destruíram instalações públicas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, há um ano.
As condenações ainda estão restritas aos executores, que foram presos durante os ataques às sedes dos Três Poderes. Apesar de avanços nas investigações da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), persistem as dificuldades de elevar a escala de responsabilizações e alcançar os financiadores, autores intelectuais e autoridades que foram omissas no episódio. (O Globo)
No grupo de WhatsApp dos chefes e diretores das forças de segurança do Distrito Federal, os sinais de que o pior aconteceria estavam postos desde as vésperas do 8 de janeiro: o evento era batizado de “tomada pelo povo” e manifestantes vinham a Brasília munidos de pés de cabra, paus, estilingues e “possivelmente armados” – entre eles, uma mulher que fazia “apologia ao assassinato do presidente” Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cúpula do governo distrital, incluindo servidores da confiança do então secretário de segurança do DF, Anderson Torres, sabia que a intenção dos extremistas era chegar à Esplanada para a “tomada do poder”. (O Estado de S. Paulo)
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Valor Econômico: Emissões externas voltam a animar mercado e volume pode ser recorde. Grandes empresas começaram 2024 atentas ao mercado de dívida internacional. Janeiro costuma ser movimentado na emissão de bônus. Com a melhora das condições para captação de recursos no exterior, decorrente da leitura de fim do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos e alívio das taxas longas naquele país, bancos de investimento ouvidos pelo Valor estimam que até oito operações podem ser anunciadas na primeira “janela” do ano, que se encerra no começo de fevereiro, quando as companhias entram em período de silêncio antes de divulgar os resultados financeiros.
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Folha de S. Paulo: Autismo supera câncer em custos de planos de saúde, diz setor. O aumento na demanda por tratamentos para pacientes com transtorno do espectro autista e outros transtornos globais de desenvolvimento virou um tema de preocupação no mercado de planos de saúde. Empresas de diferentes portes relatam avanço dos gastos com as terapias do tipo, que já começam a atingir patamares da oncologia — área que tradicionalmente consome a principal fatia das contas, segundo entidades do setor.