Os acionistas da Eletrobras aprovaram ontem (11/1) a incorporação de Furnas ao capital da empresa após uma briga judicial que adiou a assembleia geral extraordinária (AGE) que estava marcada inicialmente para 29 de dezembro.
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou as liminares de outras instâncias que impediam a realização da AGE. As ações contra a incorporação foram movidas pela Associação dos Empregados de Furnas (Asef).
Pela proposta, feita em novembro, a Eletrobras vai assumir todos os ativos e funcionários de Furnas, empresa que deixará de existir. Não haverá troca de ações nem aumento de capital, já que a holding é a única acionista, conforme esclarece a reportagem da agência EPBR.
“Após a verificação das condições suspensivas, a incorporação ocorrerá na data a ser definida pelo conselho de administração da Eletrobras. A incorporação de Furnas representa marco importante à reorganização societária da Eletrobras e simplificação de sua estrutura conforme previsto no Plano Estratégico”, informou a Eletrobras em comunicado ao mercado.
A Folha de S. Paulo informa que a votação na AGE durou 15 minutos e obteve 95% de votos favoráveis dos acionistas. Quem participou do processo explicou que a direção da Eletrobras já tinha deixado pronto um procedimento para agilizar a comunicação com os acionistas, bem como a confirmação dos votos, tão logo conseguisse a liberação na Justiça.
Furnas vale R$ 45 bilhões, segundo avaliação contábil feita pela Impacto Consultores Associados. A companhia está presente em 15 estados e no Distrito Federal e tem mais de 2 mil empregados.
Ministro é orientado a assimilar derrota em Furnas e esperar por mediação do STF
O Valor Econômico informa que, apesar do poder de influência de Furnas sobre redutos políticos em Minas Gerais, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), foi orientado a assimilar a derrota envolvendo a incorporação da subsidiária à holding (Eletrobras).
A decisão foi tomada ontem (11/1) em assembleia geral extraordinária (AGE). A ideia, defendida por auxiliares do ministro, é de não criar desgaste neste momento com o Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu aprovar a operação ao derrubar liminares contra a transação em instâncias inferiores.
Uma fonte oficial disse à reportagem do Valor que o ministro deve apostar as fichas em outra ação mais abrangente cujo desfecho também dependerá de deliberação da Corte: o processo de mediação onde o governo reivindica o poder de voto nas decisões da Eletrobras correspondente ao capital social detido na companhia.
Mesmo exonerado, Efrain Cruz deve seguir nos conselhos da Eletrobras e EPE
Apesar de deixar o cargo de secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Efrain Cruz deve ser mantido por enquanto nos conselhos de administração da Petrobras e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), conforme informação do jornal O Estado de S. Paulo. O nome de Cruz, inclusive, constava na lista enviada pelo governo na quarta-feira (10/1), de indicados ao Conselho da Petrobras que serão eleitos na próxima assembleia geral ordinária, prevista para abril.
A exoneração de Cruz pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi publicada ontem (11/1) no Diário Oficial da União. O motivo ainda não foi esclarecido pelo governo. Procuradas pela reportagem, a EPE e a Petrobras não comentaram a informação até a publicação desta nota pelo jornal.
Cemig: modernização de Salto Grande vai custar cerca de R$ 160 milhões
Ainda neste mês de janeiro a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai iniciar o processo licitatório para a escolha da empresa ou consórcio encarregado da obra de modernização da usina hidrelétrica Salto Grande, no rio Santo Antônio, com valor estimado em cerca de R$ 160 milhões.
Localizada no rio Santo Antônio, município mineiro de Braúnas, a usina tem 102 MW de capacidade e opera com duas barragens, uma de captação (Santo Antônio) e outra de geração (Guanhães). O plano da estatal mineira é licitar neste semestre para iniciar a obra na segunda metade do ano.
As informações foram dadas pelo vice-presidente de Geração e Transmissão da empresa, Thadeu Silva, em entrevista ao Energia Hoje. Segundo Silva, a obra de Salto Grande abre uma sequência que incluirá as modernizações de Três Marias, Itutinga e Camargos, nesta ordem.
Sobre Salto Grande, o superintendente de Desenvolvimento de Projetos da Cemig, Stefano Miranda, ressaltou que a estimativa de R$ 160 milhões abrange somente a parte de obras, não abarcando outras etapas, como os serviços de engenharia, por exemplo. O planejamento prevê a modernização e atualização digital de todas as instalações da usina, incluindo a subestação, em operação desde 1956.
Vestas avança com planos para segunda fábrica eólica offshore na Polônia
A fabricante dinamarquesa de turbinas eólicas offshore Vestas está expandindo suas operações, desta vez com o anúncio de uma nova fábrica de pás eólicas offshore na Polônia. A fábrica, localizada em Szczecin, irá produzir pás para a principal turbina eólica offshore da Vestas, a V236-15,0 MW, e está prevista para iniciar operações em 2026, trazendo mais de 1.000 empregos diretos.
A Vestas tem investido fortemente na expansão de suas operações de produção, prevendo um aumento significativo na área de produção. Com os planos de estabelecer uma fábrica de montagem de nacelas offshore na mesma cidade polonesa, a fabricante dinamarquesa continuará a impulsionar a criação de empregos, com mais de 1.700 empregos diretos até 2026. (Click Petróleo e Gás)
Justiça dos EUA nega trégua à Argentina, e investidores já podem pedir ressarcimento de US$ 16,1 bi por YPF
Os investidores que pretendem cobrar uma sentença judicial de US$ 16,1 bilhões da Argentina, referente à aquisição da empresa petrolífera YPF SA em 2012, podem começar a ir atrás de seus ativos, já que um juiz dos EUA decidiu contra a tentativa do país de impedir os esforços de cobrança.
A Argentina, assolada por dificuldades econômicas, incluindo o aumento da inflação, afirma que a sentença equivale a quase um quinto de seu orçamento para 2023 e que pagá-la causaria sérias dificuldades. As informações são agência Bloomberg e foram publicadas pelo jornal O Globo.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Após dois anos de estouro, IPCA fecha 2023 abaixo do teto da meta, em alta de 4,62%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2023 em alta de 4,62%, abaixo do teto da meta, de 4,75%, o que não ocorria desde 2020. A perda de fôlego do indicador, que subiu 5,79% em 2022, foi puxada pela forte desaceleração de alimentos em casa e bens industriais e pela alta mais moderada de serviços. Já preços administrados (como gasolina e planos de saúde) pressionaram o IPCA para cima.
A notícia é, também, o principal destaque dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.
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O Estado de S. Paulo: Lula muda ministério e exalta “cabeça política” de Dino no STF. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o nome de Ricardo Lewandowski para o comando do Ministério da Justiça. No anúncio, Lula elogiou tanto o futuro titular da pasta quanto o atual, Flávio Dino, que assumirá uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Referindo-se a Dino, afirmou que “sempre sonhou” com um ministro com “cabeça política” na mais alta Corte do país.