Em entrevista à Bloomberg nos Estados Unidos, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates disse que a companhia está atrasada na transição energética, mas disposta a recuperar o ritmo com o mercado.
“Ficamos 10 anos presos, sem nada de renováveis e fazendo alguma descarbonização, mas muito menos do que poderíamos. Nosso desafio agora é começar isso de forma consistente, em paralelo a coisas que já sabemos como fazer, como eólicas offshore com nossas próprias instalações, hidrogênio em paralelo ao gás, coprocessamento de biocombustíveis em nossas refinarias”, disse.
Na entrevista, Prates também disse que há um “mal-entendido” em relação à entreda do Brasil na Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). “O Brasil não vai entrar na Opep e não vai ficar sujeito ao sistema de cotas. Não faz sentido para o Brasil e não faz sentido para a Petrobras nesse momento”.
Segundo Prates, o que foi feito foi a assinatura de um “mapa de cooperação da Opep+”, que seria um “terceiro grau de cooperação”, inferior à Opep e mesmo à Opep+. “É um terceiro grau que foi aberto especialmente para o Brasil e para outros países para trocar informações, cooperar, entender o ponto de vista dos exportadores e produtores em meio à transição energética”.
A entrevista ocorreu nesta segunda-feira, 29 de janeiro.
Evento para investidores
Prates está nos Estados Unidos para o evento “Deep dive Petrobras”, encontro para acionistas que ocorre hoje e amanhã (30 e 31 de janeiro) em Nova York. A diretoria da estatal também participa do evento.
A Petrobras confirmou a agenda à MegaWhat, mas não deu mais detalhes sobre a conferência, que tem como objetivo aproximar os investidores internacionais e fomentar a transparência. A Petrobras é listada na Bolsa de Nova York (Nyse).
Segundo o material a ser apresentado na reunião, devem ser discutidos assuntos como governança, estratégia financeira e as perspectivas da companhia em produção de petróleo, captura de carbono, biorrefino e transição energética.
