O Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) determinou a redução das defluências das hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, no rio Paraná, entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e a retenção nas usinas de cabeceira. As usinas devem reduzir as defluências mínimas para 3.300 metros cúbicos por segundo e 3.900 metros cúbicos por segundo, respectivamente.
A decisão foi tomada após recomendação do Operador Nacional do Sistema (ONS) por conta dos níveis de chuva abaixo do esperado nos últimos meses.
Segundo nota do Ministério de Minas e Energia (MME), a medida tem o potencial de preservar cerca de 11% de armazenamento na Bacia do Paraná até agosto e cerca de 7% no Sudeste/Centro-Oeste.
Na última reunião do Programa Mensal da Operação (PMO), o ONS disse aos agentes que aguardava a decisão do CMSE sobre a recomendação a partir de março de 2024, mas que seria uma preocupação para poupar água, de forma a passar por 2024 com recurso ainda estocado nos reservatórios para atendimento em 2025.
A preocupação ocorre pelas afluências desfavoráveis no início do ano, e um nível de recuperação dos reservatórios inferior ao que se esperava. Janeiro de 2024 tem a 11ª menor Energia Natural Afluente (ENA) do histórico do subsistema Nordeste (48% MLT), e a quarta menor do Sudeste (56% MLT) e Norte (43% MLT).
Segundo o ONS, “tal situação é resultante de um período úmido que não tem se mostrado favorável” nos subsistemas em questão. “Este comportamento verificado no período úmido pode indicar período seco desfavorável”, continuou o Operador.
Para o último dia de março, a expectativa é energia armazenada de 64%, 39,8%, 72,6% e 94,9% da EARmáx, considerando o cenário inferior, nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente.
Ainda no último mês, o trecho entre as UHEs Três Marias e Sobradinho, na bacia do rio São Francisco, e a bacia do rio Jacuí apresentaram precipitação superior à média histórica. As bacias dos rios Tocantins e Madeira apresentaram precipitação próximo à média, sendo que nas demais bacias hidrográficas de interesse do SIN a precipitação foi inferior à média histórica.
Expansão da geração e transmissão
A expansão verificada em fevereiro foi de 1.091 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, de 120 km de linhas de transmissão e de 550 MVA de capacidade de transformação. Assim, no ano de 2024, a expansão totalizou 1.757 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 271,4 km de linhas de transmissão e 1.250 MVA de capacidade de transformação.