Mercado Livre

Abertura do mercado livre representa oportunidades para GD, diz Greener

Diante da abertura do mercado livre para toda a alta tensão, o presidente da Greener, Marcio Takata, não nega que deve haver migração de “importante número de consumidores”, mas avalia que há oportunidades na viabilização de projetos de autoprodução de energia.

Placas fotovoltaicas / Crédito: Pixabay
Placas fotovoltaicas | Pixabay

Diante da abertura do mercado livre para toda a alta tensão, o presidente da Greener, Marcio Takata, não nega que deve haver migração de “importante número de consumidores”, mas avalia que há oportunidades na viabilização de projetos de autoprodução de energia.

“A evolução da cadeia de energia solar vai permitir, e já permite em algumas condições, situações atrativas de investimento para esse consumidor que migrou ou vai migrar para o mercado livre”, disse Takata nesta quarta-feira, 20 de março, durante apresentação de estudo realizado pela Greener sobre mercado fotovoltaico e GD.

O levantamento também aponta que, em 2023, 11% dos integradores que participaram da pesquisa já atuavam no mercado livre. Em 68% dos casos, a atuação ocorreu como representante de comercializadora varejista, mas 38,5% das atuações foram por meio de consultoria (estudos para a migração para o mercado livre). A gestão de ativos (operação & manutenção) e desenvolvedor ou EPCista foram atividades mencionadas em 8,9% e 8,4% dos casos, respectivamente.

O estudo da Greener também mostrou que, mesmo com o pagamento gradual de 15% da Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd) Fio B em 2023, os sistemas fotovoltaicos apresentaram melhora de 25% no tempo de retorno de investimento dos sistemas (payback) em janeiro de 2024 na comparação com janeiro de 2023.

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Isto ocorreu, sobretudo, por conta da queda nos preços dos sistemas, que tiveram redução de 30% para clientes residenciais e comerciais de pequeno porte, puxada pela redução no preço de equipamentos. Ao longo de 2023, por exemplo, o preço do polissílico, principal insumo para a produção dos módulos fotovoltaicos, caiu 51%, e o preço do aço reduziu 10%. O lítio, utilizado na produção de baterias, teve queda de 82% ao longo do ano.

Em 2023, o Brasil teve demanda de 17,5 GW de módulos fotovoltaicos, o que representou uma leve redução de 1,7% na comparação com 2022. A geração centralizada e a GD de grande porte compensaram a queda na demanda de GD de menor porte. A classe residencial, por exemplo, apresentou redução de 20%. Dos 17,5 GW nacionalizados, 66% (11,4 GW) foram para GD e 34% (6,1%) foram para geração centralizada.

Na distribuição, os kits residenciais e comerciais de pequeno porte (até 10 KW) representaram 61% dos kits vendidos, volume igual ao de 2022. A diferença foi observada nos kits entre 11 KW e 75 KW, que ampliaram sua participação no volume de vendas de 22% para 25% do total. Em 2023, os kits acima de 75 KW corresponderam a 14% dos kits vendidos.

Ao longo de 2023, 32% dos kits foram vendidos por meio de financiamento solar. No geral, o financiamento apoiou 53% das vendas do setor, o que indica recuperação em relação aos 30% observados em 2022, possivelmente impulsionada pela redução nas taxas de juros. A queda na taxa Selic aliada à redução nos preços dos equipamentos leva a um otimismo no setor em relação às expectativas de vendas, segundo o estudo.

Integração

A pesquisa ouviu mais de 5,4 mil integradores em janeiro de 2024, e validou 3,7 mil respondentes. Como principais desafios enfrentados em 2023 pelos integradores, 48% dos respondentes apontaram prazos e recusas na etapa de solicitação de parecer de acesso. Os estados de São Paulo e Minas Gerais lideram as ocorrências de recusas ou atrasos, com 25% e 10% das respostas, respectivamente.

Problemas relacionados a inversão de fluxo foram mencionados por 20% dos integradores. Os estados de Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul tiveram os maiores percentuais de alegações de inversão de fluxo por parte das distribuidoras de energia.

Outras fontes de renda

Entre os integradores que participaram da pesquisa da Greener, 49% oferecem sistemas híbridos, ou seja, sistemas fotovoltaicos com baterias. Entre estes, 25% realizaram pelo menos uma venda de sistema híbrido em 2023.

O pós-venda também se mostrou uma importante fonte de receita, já que 82% dos integradores oferecem estes serviços. A limpeza dos módulos responde por 79,4% do pós-venda, seguida por manutenção (66,8%) e expansão dos sistemas (66,3%).

A versão completa do Estudo Estratégico do Mercado Fotovoltaico de Geração Distribuída está disponível no site da Greener.