Economia e Política

Financiamento para solar cai pela primeira vez, com recuo de 48% em 2023, diz Cela

Apesar de o Brasil ter sido o quarto melhor mercado para geração solar em 2023, o volume de financiamento via instituições financeiras e mercado de capitais para projetos da fonte no país caiu 48% no ano, atingindo R$ 18,3 bilhões. Os dados são da consultoria Cela (Clean Energy Latin America), que aponta que esta foi a primeira vez que o volume de financiamento para projetos solares caiu no Brasil.

Financiamento para solar cai pela primeira vez, com recuo de 48% em 2023, diz Cela

Apesar de o Brasil ter sido o quarto melhor mercado para geração solar em 2023, o volume de financiamento via instituições financeiras e mercado de capitais para projetos da fonte no país caiu 48% no ano, atingindo R$ 18,3 bilhões. Os dados são da consultoria Cela (Clean Energy Latin America), que aponta que esta foi a primeira vez que o volume de financiamento para projetos solares caiu no Brasil.

Segundo a instituição, a redução calculada foi parcialmente influenciada pela ausência de uma instituição financeira que desde 2019 participava todos os anos do levantamento. Desconsiderando a participação desta instituição em 2022, a queda nos financiamentos seria de 32,22%.

Conforme o levantamento, em 2023, o volume de financiamentos para usinas centralizadas teve queda de 39%, a R$ 8,4 bilhões. Para sistemas de geração distribuída (GD) em telhados e terrenos, a redução foi de 61%, a R$ 4,7 bilhões. Usinas solares remotas de geração distribuída (geração compartilhada e autoconsumo remoto) tiveram recursos de R$ 5,2 bilhões, uma queda de 45%.

A presidente da Cela, Camila Ramos, explica que um dos fatores para a redução foi a taxa de juros, que só começou a cair no país a partir de agosto. “Já foi o suficiente para não reduzir as taxas de juros das instituições financeiras”, disse à MegaWhat.

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Além disso, o aumento nas taxas de inadimplência nos financiamentos para GD levou as instituições a diminuir sua exposição para projetos deste tipo. “O consumidor de GD telhado precisou desembolsar capital próprio para comprar os kits. Para a GD remota, tiveram muitos empréstimos ponte, de prazo mais curto e mais caros”, disse Camila Ramos.

Na geração centralizada, a avaliação é que a maior queda no financiamento ocorreu nas emissões de debêntures, com discreta queda nos financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Bando do Nordeste (BNB).

De acordo com Camila Ramos, os menores preços de equipamentos para geração solar não tiveram relação com a queda nos financiamentos. “⁠A redução do capex para solar em 2023 foi relevante, porém não impactou o volume de financiamento e nem a participação do financiamento no valor total do investimento em solar”, avaliou a executiva.

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O estudo da Cela apurou os desembolsos das principais instituições financeiras que promovem o fomento da geração de eletricidade com a tecnologia fotovoltaica, entre públicas, privadas, cooperativas de crédito e fintechs.

Neste ano, a Cela também passou a acompanhar o volume de financiamento para a energia eólica, que atingiu R$ 10,8 bilhões em 2023. Com isso, o valor total de financiamento via instituições financeiras para as renováveis foi de R$ 29,1 bilhões em 2023 segundo a consultoria.