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Itaipu opera por normativos enquanto aguarda consenso para tarifa

Depois de passar o primeiro trimestre de 2024 em “momento mais crítico”, sem conseguir efetuar pagamentos de funcionários e fornecedores, mesmo com recursos em caixa, a hidrelétrica Itaipu Binacional passou a operar por normativos para colocar as contas em dia.

Itaipu opera por normativos enquanto aguarda consenso para tarifa

Depois de passar o primeiro trimestre de 2024 em “momento mais crítico”, sem conseguir efetuar pagamentos de funcionários e fornecedores, mesmo com recursos em caixa, a hidrelétrica Itaipu Binacional passou a operar por normativos para colocar as contas em dia.

“Tivemos um desafio no uso do orçamento da empresa, mas que foi superado e agora os diálogos continuam [para a tarifa da usina]. Hoje a empresa está seguindo seu fluxo de pagamento normal, tanto de folha, suas responsabilidades com empregados, suas responsabilidades sociais e também pagando os fornecedores”, disse André Pepitone, diretor Financeiro de Itaipu durante o Fórum Brasileiro de Líderes em Energia.

Em fevereiro, funcionários do lado brasileiro da usina conseguiram uma decisão judicial para o pagamento. Até então, Itaipu estava impedida de realizar o pagamento, uma vez que o presidente do Paraguai, Santiago Peña, precisava assinar uma carta autorizando a sua gestão provisória.

A tarifa de repasse da usina foi estabelecida, provisoriamente, em US$ 17,66/KWh por mês, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2024. O valor é provisório, uma vez que uma das componentes do cálculo da tarifa de repasse, o Custo Unitário do Serviço de Eletricidade (Cuse) depende de definição do conselho de administração de Itaipu.

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A operação sob uma tarifa provisória não é novidade, segundo André Pepitone, apontando que isso já ocorreu em outras épocas, nas quais a tarifa foi definida no segundo semestre, em agosto e outubro.

“Nós estamos no auge do diálogo com o Paraguai, buscando esse consenso”, completou o diretor sem dar mais detalhes ou expectativas quanto a prazos. 

“É um diálogo diário que ocorre, e o que a gente busca é o consenso e busca convergir os interesses de duas nações parceiras que foram capazes de construir o maior empreendimento de geração de energia do mundo, que celebra 50 anos em 2024, e não tenho dúvidas que seremos capazes de, em algum momento, chegar a uma definição dessa tarifa”, ressaltou Pepitone. 

O executivo recebeu durante o evento uma homenagem à Itaipu, pelos 50 anos da usina. Outro marco importante foi alcançado neste ano, 

A geração hidrelétrica acumulada de Itaipu Binacional pode alcançar 3 bilhões de MWh neste sábado, 9 de fevereiro. A estimativa foi realizada pela diretoria técnica, área responsável pela operação da usina, e considera a geração desde o início de sua operação comercial, em maio de 1984.

Em nota, a companhia aponta que o volume acumulado seria suficiente para abastecer o mundo inteiro por 43 dias, o Brasil por cinco anos e 11 meses e o Paraguai, por 221,5 anos.