O governo do Rio Grande do Norte e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram termo de cooperação para estudos de viabilidade de concessão, via parceria público-privada, para o Porto Indústria Verde, projeto voltado à infraestrutura para eólicas offshore e produção de hidrogênio verde, com previsão de investimentos de R$ 5,6 bilhões.
O acordo foi assinado pela governadora Fatima Bezerra e pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na manhã desta quinta-feira, 22 de abril, no Rio de Janeiro. Logo após a assinatura, a governadora participou do evento Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, onde comentou o acordo e o marco de hidrogênio verde do estado, que deve estar regulado até o final do mês.
“O Rio Grande do Norte já chegou a 9,6 GW com projetos contratados para mais de 13 GW até 2026. Mas ao mesmo tempo em que temos energia eólica, estamos olhando para a nova fronteira, que é a energia no mar combinada com hidrogênio verde”, disse Bezerra.
Segundo ela, mais de 13 empresas do setor já demonstraram interesse no porto. Os acordos seriam nas áreas de energia eólica offshore, hidrogênio verde, e-metanol e power to X.
O termo de cooperação prevê que o BNDES atue na contratação e elaboração dos estudos complementares para o projeto do porto. O governo do Rio Grande do Norte pretende atrair investimentos para construção, operação e manutenção do equipamento, desenvolvimento da planta de hidrogênio verde, além de parcerias com outros portos da Europa.
O projeto já concluiu a primeira fase, referente aos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental. A próxima etapa prevê a o lançamento do edital para a contratação do projeto executivo do empreendimento.
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Marco de hidrogênio verde até o fim do mês
Segundo a governadora Fátima Bezerra, o marco regulatório para o hidrogênio verde está “em vias” de ser aprovado pela Assembleia Legislativa Potiguar. “Portanto, é uma política de estado, dando segurança jurídica para os investidores”, avaliou.
Apesar disso, a governadora reconhece que é necessário que o tema avance também no cenário nacional. “O Brasil não tem ainda seu marco regulatório. É preciso avançar nessa agenda no Congresso Nacional”.
A governadora também destacou a importância dos leilões de transmissão para o avanço da geração renovável no próprio estado e no Nordeste. Segundo ela, havia o risco de o Nordeste perder bilhões em investimentos pela falta de estrutura de transmissão.
“Os últimos leiloes tinham sido realizados em 2016, e ao mesmo tempo, os projetos estavam sendo contratados no Nordeste. Se esses leilões não fossem retomados o Nordeste poderia perder mais de R$ 140 bilhões em investimentos. Sem linha de transmissão, como os investidores iriam fazer seus projetos de expansão em renováveis?”, declarou.
