A escolha de Weverton Rocha (PDT-MA) para a relatoria do projeto de lei da eólica offshore no Senado Federal recebeu críticas do ex-relator responsável, Carlos Portinho (PL- RJ). O parlamentar ocupou a posição na primeira etapa da tramitação do projeto, antes de o texto ser enviado à Câmara dos Deputados – onde passou por diversas emendas-, exigindo o retorno à Casa revisora.
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Na visão de Portinho, a escolha do novo relator foi motivada pela entrada de ‘jabutis’, relacionados à postergação de subsídios para renováveis, novas condições para viabilizar termelétricas a gás natural, incentivos à PCHs e ao carvão mineral, na proposta.
“É uma quebra da tradição da Casa. Eu me dediquei durante um ano ao projeto. Fiz a quatro mãos com o Jean Paul Prates (que era senador na época). O projeto na Câmara foi pouco modificado e poderia ser aprovado aqui [no Senado] sem polêmicas, se não fosse as quatro emendas que recebeu”, disse o senador em coletiva de imprensa.
Mesmo “respeitando a decisão” do Senado, Portinho questionou a posição do presidente da Comissão de Infraestrutura (CI), Confúcio Moura (MDB-RO), que, segundo ele, teria “batido o martelo” na escolha de Weverton Rocha (PDT-MA) como novo relator do PL.
“A decisão não foi diretamente do presidente [do Senado], Rodrigo Pacheco, foi do presidente da CI. Quem tinha se comprometido comigo, inclusive, foi o senador Confúcio e por isso fui para a Comissão de Infraestrutura, que eu não faço parte. Na quarta-feira, [10 de abril], teve uma reunião sobre a relatoria, em que eu não participei. Respeito a decisão. No entanto, vou trabalhar para ter o melhor texto, sem os jabutis que não são originais ao projeto, e acredito que o senador Weverton tem a capacidade para resolver a questão”, afirmou o senador.
Portinho aproveitou ainda para falar sobre a importância da aprovação do PL de eólica offshore, definida por ele como “novo pré-sal”.
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