As condições de armazenamento das principais hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN) melhoraram ao longo do mês de abril, reduzindo o deficit de precipitação nas bacias das região Sudeste/Centro-Oeste. No entanto, ainda não foi capaz de recuperar os volumes perdidos na estação chuvosa, destacou Christiano Vieira, diretor de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), durante a abertura do primeiro dia do Programa Mensal da Operação (PMO).
Ao longo do período de outubro e abril, a energia natural afluente (ENA) do subsistema Sudeste/Centro-Oeste foi equivalente a 70% da média de longo termo, mas o armazenamento subiu 3,4 pontos percentuais desde 31 de março, por conta da melhora das chuvas no mês que termina agora.
Em abril, os números do PMO, que consideram até o dia 23 de abril, apontam uma energia armazenada equivalente a 75% do total no SIN, e a ENA equivalente a 86% da MLT. A situação é consideravelmente melhor que o fechamento de março, quando a ENA do Nordeste foi a 23ª pior do histórico, em 61% da MLT, a do Sudeste ficou em 66% da MLT, sendo a 6ª menor do histórico, e o Norte teve 70% da MLT, a 8ª menor.
A energia eólica esteve em baixa nos últimos meses, mas em maio começa o chamado período da “safra dos ventos”, que vai até julho, e as projeções do ONS indicam maior geração eólica nos próximos meses, ajudando ao atendimento da carga mesmo com o início do período seco.
O ONS destacou ainda que entre abril e junho deve haver a transição do El Niño para o fenômeno de neutralidade, com 60% de chance de formação do fenômeno La Niña entre julho e agosto. Caso o fenômeno climático se confirme, deve haver redução das chuvas no Sul e aumento no norte das regiões Norte e Nordeste.
Os cenários mais recentes apontam para probabilidade de precipitações entre normal e abaixo da média no Sul e entre normal e acima da média para norte e leste do Nordeste entre maio e julho.