A hidrelétrica de Itaipu Binacional vai anunciar, nos próximos dias, que investirá R$ 1,9 bilhão para fazer a modernização da linha de transmissão de corrente contínua (HVDC, na sigla em inglês) sob responsabilidade de Furnas, subsidiária da Eletrobras, por meio de um convênio de cooperação técnica e financeira, conforme apurou o Valor Econômico.
O sistema de transmissão começou a operar em 1984 exclusivamente para escoar a energia de Itaipu até os centros consumidores e é fundamental para a segurança energética do Brasil. O empreendimento é formado por duas linhas de 600 quilovolts, com extensão de aproximadamente 810 quilômetros, entre as subestações de Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP).
O ofício do Ministério de Minas e Energia (MME), a qual o Valor teve acesso, mostra que isso é uma determinação do plano de outorgas de transmissão de energia elétrica (Potee) e apontou a necessidade de modernização e revitalização de uma série de equipamentos, já que o empreendimento ultrapassou a vida útil.
De acordo com a reportagem, algumas ocorrências recentes evidenciam que o linhão precisa de melhorias. Em agosto de 2023, a reportagem noticiou com exclusividade que um incêndio de causas desconhecidas em um equipamento da linha acendeu o alerta no mercado sobre riscos de novos problemas no sistema elétrico brasileiro.
Petrobras nomeia Coppetti como CEO interina após saída de Prates
O conselho de administração da Petrobras nomeou ontem (15/5) Clarice Coppetti como presidente interina da companhia após aprovar o encerramento antecipado do mandato de Jean Paul Prates.
Coppetti, diretora-executiva de Assuntos Corporativos da companhia, ficará provisoriamente no posto até a eleição e posse da nova presidente, a ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, que foi indicada na véspera pelo governo para o cargo. O comunicado da Petrobras não deu um prazo para a mudança ser efetivada. (UOL)
Conselho da Petrobras demite diretor-financeiro e sócio de Prates
O diretor executivo financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite, foi demitido ontem (15/5) do cargo pelo conselho de administração. A informação foi antecipada pela coluna.
A proposta partiu do presidente do conselho, Pietro Mendes, que justificou a relação próxima de Leite com Jean Paul Prates, demitido ontem do comando da estatal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles são sócios em empresas, conforme informação do portal UOL.
“Não podemos abrir novos poços de petróleo”, alerta Carlos Nobre
Em entrevista ao Valor Econômico, o climatologista brasileiro Carlos Nobre, um dos mais reconhecidos globais, é enfático ao dizer: “Nenhum de nós, cientistas climáticos, dá qualquer apoio para aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Com o que já existe, não vamos manter a temperatura a 1,5°C. Vamos superar 2,5°C em 2050. Não se podem abrir novas minas de carvão, poços de petróleo e gás natural e não podemos usar o que já está aberto. Tem que reduzir o uso do que já está aberto.”
Ele segue em sua análise: “Vamos ver se agora, com esses eventos climáticos extremos que aconteceram no Brasil – maior seca da história da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, a maior chuva do Rio Grande do Sul – se o setor de combustíveis fósseis ajuda e não atrapalha.”
Segundo ele, quem contribui para as emissões, do setor de petróleo à agricultura, terá que contribuir mais para ajudar na adaptação aos impactos do clima e aumentar a resiliência. “O Fundo Clima não deveria ser só para financiamentos a indústrias que farão a transição energética. Precisa de muitos recursos para adaptação e aumentar a resiliência aos eventos extremos.”
Justiça autoriza Eneva a entrar com gasodutos em terras particulares
O juiz Roberto Santos Taketomi, da Comarca de Silves, na região Metropolitana de Manaus, autorizou, no dia 9 de maio, a empresa Eneva S/A a ingressar em terrenos particulares para realizar as obras de implantação do gasoduto do Complexo Azulão 950, que usará gás natural para gerar energia elétrica para o sistema nacional a partir de 2026.
A empresa, que atualmente produz o gás que abastece usinas em Boa Vista (RR), entrou na Justiça após enfrentar resistência de proprietários de terras localizadas no trajeto panejado para os dutos em Silves. A Eneva afirmou que as tentativas de negociação extrajudiciais com os donos dos terrenos acerca da indenização pelo uso da propriedade “restaram infrutíferas”.
Ao autorizar o pedido contra dois proprietários de terras, Taketomi afirmou que a instalação do gasoduto “tem por objetivo o aperfeiçoamento da infraestrutura de fornecimento de energia elétrica, cujo serviço beneficia toda a coletividade, favorecendo milhares de pessoas, não somente no município de Silves, além do desenvolvimento da região”. (portal Amazonas Atual)
Aneel proíbe corte de energia e cobrança em municípios atingidos no RS
Conforme anunciado anteriormente, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na terça-feira (14/5) uma série de flexibilizações regulatórias na prestação do serviço de distribuição para o enfrentamento dos prejuízos decorrentes dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul.
Entre as medidas previstas estão a proibição do corte no fornecimento de energia elétrica e a suspensão da cobrança por, no mínimo, 90 dias para os municípios atingidos pela calamidade pública, e por 30 dias para os demais municípios.
A norma aprovada prevê a manutenção da Tarifa Social de Energia Elétrica e demais benefícios tarifários para a baixa renda, com a suspensão das ações de revisão cadastral e de cancelamento do benefício. (Canal Energia)
CBios: usinas vão repassar de 60% a 85% aos fornecedores de cana
O portal Notícias Agrícolas informa que saiu o acordo entra as indústrias e os canavieiros brasileiros, que travavam uma batalha pela distribuição dos recursos referentes aos Créditos de Descabonização (CBios), nas vendas de etanol, desde a implantação do RenovaBio.
Antes que o Congresso deliberasse em votação o pleito dos produtores, como a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), o setor chegou a um ponto em comum. As usinas, até então detentoras de 100% dos recursos conseguidos com os CBios, repassarão entre 60% e 85% dos faturado.
“O produtor rural incluído na certificação da unidade produtora com dado padrão receberá pelo menos 60% da receita líquida auferida pela indústria com a venda dos CBios gerados pela cana-de-açúcar do fornecedor. Já para os produtores que se certificarem com dados primários (perfil específico), o acordo define patamar mínimo de 85%”, diz a nota assinada pela entidades acordantes.
Pelas indústrias, a Bioenergia Brasil e União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA); pelos fornecedores, a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan PB) e Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
PANORMA DA MÍDIA
Petrobras perde R$ 34 bilhões em valor de mercado após saída de Jean Paul Prates. Esse é o principal destaque de hoje (16/5) na mídia.
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) encerraram esta quarta em queda de 6,78% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto) 6,04%, totalizando uma perda em valor de mercado de R$ 34 bilhões, segundo um levantamento feito pela Elos Ayta Consultoria. (O Globo)
Para analistas, a escolha de Magda Chambriard para o lugar de Jean Paul Prates abre caminho para interferência mais direta do governo na petroleira em temas como preços de combustíveis e a retomada de projetos que não deram resultados em gestões anteriores do PT, como a recuperação do setor de estaleiros nacional. (O Estado de S. Paulo)
“O mercado nunca gosta de ingerência política sobre empresas com negócios em Bolsa. Não será diferente desta vez, até porque o Prates vinha se mostrando um conciliador entre mercado e política. O grande problema da empresa é refino: entra governo, sai governo, é sempre uma dor de cabeça”, avalia Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos. (Folha de S. Paulo)
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Valor Econômico: Duas decisões nos Estados Unidos ainda neste ano, o possível início do ciclo de baixa de juros pelo Federal Reserve (Fed) e as eleições presidenciais, vão condicionar as opções de política econômica do governo Lula ao longo dos próximos meses.