Reportagem do Valor Econômico indica que a crise da indústria de energia eólica brasileira, que persiste desde meados de 2022, está fazendo com que os fabricantes nacionais de equipamentos comecem a olhar o mercado dos Estados Unidos como uma possibilidade de retomar os lucros.
De acordo com a reportagem, com dificuldades de fechar novos contratos nos últimos dois anos, o Brasil viu um desmonte em sua cadeia de suprimentos com empresas anunciando paralisação ou hibernação de suas linhas de produção, demissões e até a saída do mercado brasileiro.
Por outro lado, os benefícios oferecidos pelo Inflation Reduction Act (IRA), pacote verde do governo de Joe Biden que garante investimentos na agenda climática voltada a atrair recursos para energia limpa, têm chamado a atenção das companhias. O Valor noticiou com exclusividade, em 7 de maio, que a multinacional catarinense WEG produzirá turbinas eólicas em território americano motivada pelo IRA.
Ação da AES Brasil sobe 13,8% com expectativas após venda para Auren, que fecha em queda
O Valor Econômico informa que a aquisição da AES Brasil pela Auren foi bem recebida pelo mercado, com destaque para a possibilidade de sinergias bilionárias com a união das duas empresas. Por outro lado, o negócio trouxe preocupações sobre a alavancagem da Auren em meio a um cenário desafiador de energias renováveis e a visão desfavorável dos ativos da AES.
Ontem (16/5), as ações da AES Brasil subiram 13,8%, a R$ 11,13. O volume negociado chegou a R$ 318,9 milhões, cerca de 17 vezes os R$ 18,6 milhões movimentados na quarta-feira (15/5). Já os papéis da Auren desvalorizaram 1,7%, a R$ 11,83, com um volume negociado chegando a R$ 287,3 milhões, ante R$ 31,3 milhões movimentados anteriormente.
Ações voltam a cair e Petrobras perde R$ 47,1 bi em valor de mercado em dois dias
Após recuarem mais de 6% na quarta-feira (15/5), na esteira da troca da presidência da companhia, as ações da Petrobras continuaram em queda ontem (16/5). Os papéis preferenciais (PETR4) terminaram o pregão em queda de 2,84%, a R$ 37,31, e os ordinários (PETR3) perderam 1,82%, a R$ 39,29. Já o Ibovespa terminou a sessão em alta de 0,20%, aos 128.283,62 pontos.
Com isso, a estatal perdeu R$ 47,1 bilhões em valor de mercado somando o pregão de ontem com o de hoje – foram R$ 35,5 bilhões ontem e R$ 11,6 bilhões nesta quinta-feira. (Valor Econômico)
Após tombo das ações, Petrobras perde posições entre petroleiras globais
Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, a estatal saiu de um retorno no ano de 17,7%, para 10,58%, após a troca de Jean Paul Prates por Magda Chambriard, em decisão do presidente Lula (PT)Petrobras desceu três posições entre petroleiras globais de capital aberto depois da perda de valor de mercado de cerca de R$ 35 bilhões, uma resposta à troca da presidência da companhia. Valendo, agora, na bolsa R$ 512 bilhões, a empresa está em oitavo lugar em termos de retorno de suas ações em relação a seus pares do setor, sendo que iniciou a semana em quinta colocação. (Valor Econômico)
Petrobras demite 30 funcionários ligados a Prates após troca no comando da estatal
O jornal O Estado de S. Paulo informa que cerca de 30 funcionários em cargos de confiança na Petrobras foram sumariamente desligados, após a demissão de Jean Paul Prates do comando da companhia. De acordo com a reportagem, essa diretriz tem sido atribuída internamente ao Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com a reportagem, a mudança revela quão estressada era a relação de Prates com o MME, sobretudo com o presidente do conselho de administração, Pietro Mendes, também secretário de petróleo e gás do ministério.
Intervenção na Petrobras existe há pelo menos 50 anos, diz Roberto Castello Branco
Em oito anos, já são oito trocas de presidentes da Petrobras, e o mais longevo nesse período foi o economista Roberto Castello Branco. A demissão dele da estatal durante o governo Jair Bolsonaro (PL), em 2021, em meio a um temor de interferência política nos preços dos combustíveis levou a uma queda de 21% da ação da petroleira em uma única sessão.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Castello Branco observa que as demissões na Petrobras nunca ocorreram por desempenho do gestor, mas unicamente por razões políticas, porque o presidente da estatal desobedeceu o governo ou não agradou politicamente. “Foi isso que aconteceu comigo. O presidente queria subsidiar preços. Eu não queria, pronto. Não me rendi até o último dia.”
Prates deverá presidir Confederação Nacional de Energia
O ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT-RN), pretende criar —e presidir— a Confederação Nacional de Energia (CNE), entidade que atuará na defesa dos interesses do setor elétrico.
Segundo relatos, Prates quer replicar, na iniciativa privada, o modelo de confederações como a CNI (indústria), a CNC (comércio) e a CNT (transportes), informa a Folha de S. Paulo.
A ideia da CNE foi apresentada a parlamentares, alguns ligados à Frente Parlamentar de Energia, criada por Prates quando foi senador pelo PT. Vencida sua quarentena, o ex-presidente da Petrobras cogita ainda retomar sua consultoria, atuando em projetos de energia eólica offshore, especialmente para grupos estrangeiros.
PL sobre adaptação a mudanças climáticas é aprovado no Senado
O Senado Federal aprovou, na quarta-feira (15/5), o projeto de lei 4.129/2021, que estabelece regras para a elaboração de planos de adaptação às mudanças climáticas.
Aprovado no plenário em votação simbólica, o texto substitutivo foi apresentado pelo relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Jaques Wagner (PT/BA). Como houve modificações, a proposta foi enviada à Câmara dos Deputados para nova análise.
O texto reúne diretrizes propostas para a gestão e a redução do risco climático, a partir da adoção de medidas econômicas e socioambientais com o objetivo de adaptar os sistemas produtivos e de infraestrutura. A proposta determina a elaboração de um plano nacional de adaptação à mudança do clima, que deverá ser elaborado em um ano e orientará planos estaduais e municipais. (Agência EPBR)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Os fundos de private equity, que compram participação acionária em empresas, registram em 2024 o volume mais baixo de negócios desde 2020. A volatilidade no mercado e a paralisia das ofertas iniciais de ações há quase três anos têm estreitado as portas de saída dos investimentos. Além disso, incertezas econômicas também deixaram mais complexo fazer novos aportes em mais companhias.
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Folha de S. Paulo: O monitoramento correto de rios e lagos e o sistema de diques e bombas de Porto Alegre poderiam ter atenuado os efeitos das enchentes que atingiram o estado. Ambos, porém, apresentaram uma série de falhas durante as chuvas, segundo especialistas consultados pela Folha. Um dos maiores problemas, apontam os pesquisadores, é que não há dados sobre os afluentes dos principais rios. Com isso, as autoridades demoram mais tempo para descobrir se a água está subindo em determinada região. Isso é principalmente grave em cidades menores do interior, que muitas vezes só descobrem a cheia quando é tarde demais.
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O Globo: As chuvas que afetaram mais de 90% das cidades do Rio Grande do Sul deixaram um rastro de incertezas na Serra Gaúcha, principal motor do turismo do estado. Embora a devastação não tenha atingido diretamente os principais pontos de visitação da região das Hortênsias — que abrange Gramado, Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula —, as enchentes fecharam estradas e aeroportos. Segundo estimativas, o prejuízo pode superar meio bilhão de reais apenas na região nos próximos meses.
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O Estado de S. Paulo: Um levantamento do governo federal mostra que pelo menos 1.942 municípios do Brasil estão localizados em áreas de risco recorrente para desastres climáticos como inundações, enchentes e deslizamentos de terra. O número, porém, ainda é subestimado, considerando que o documento lista, por exemplo, apenas 142 cidades gaúchas. Na tragédia que assola o Rio Grande do Sul neste momento, 450 municípios já foram impactados pelas fortes chuvas, segundo dados da Defesa Civil do Estado.