O que é: o movimento qualquer de um fluido extraído ou produzido, em estado líquido, pastoso ou gasoso, que se desloca em determinada distância produzindo certa vazão ou deslocamento. O deslocamento da produção de petróleo e gás natural é realizado por meio de um conjunto de procedimentos, instalações e equipamentos com a finalidade de fazer com que os fluidos produzidos por um reservatório (óleo, gás e água) escoem entre o fundo do poço e o ponto de separação desta mistura multifásica. O conceito também é aplicado para a movimentação dos fluxos de óleo e gás do local de produção para as unidades de processamento e, em seguida, para instalações não pertencentes à concessão até a entrega em seu ponto de venda.
Como funciona: a indústria de petróleo sempre se defrontou com problemas relativos ao escoamento da produção, sobretudo com o advento da produção de petróleo em águas profundas, onde as baixas temperaturas e altas pressões propiciam condições de maior risco para o escoamento (do reservatório ao poço e deste a dutos), como por exemplo a deposição de parafinas e bloqueio por hidratos de gás. Por isso, a partir da década de 1990 se estabeleceu na indústria de petróleo a garantia de escoamento, que consiste em um conjunto de atividades de previsão, prevenção, mitigação e remediação de depósitos orgânicos e inorgânicos e de outros fenômenos que reduzem a capacidade ou impedem o escoamento de um sistema de produção. Isso porque todo tipo de petróleo está sujeito a problemas de garantia de escoamento devido à sua composição química e as condições ambientais e de fluxo.
Quando a pressão de um reservatório não é suficiente para permitir o escoamento da produção de um poço até a superfície, usa-se a elevação artificial. Entre os principais métodos de elevação artificial são encontram-se o gas lift contínuo, o bombeio mecânico e o bombeio centrífugo submerso.
Ao longo da vida produtiva de um campo de petróleo ocorre, geralmente, a produção simultânea de óleo, gás e água, juntamente com impurezas. Esse fluido bruto produzido nos poços é normalmente direcionado por dutos a uma estação coletora, onde se realiza o processamento primário dos fluidos.
Parte da água produzida pelos poços pode ser separada na estação coletora; o restante é bombeado através de uma malha de escoamento, juntamente com o óleo, para uma Estação de Tratamento de Óleo (ETO), a água extraída pode ser tratada e reinjetada nos poços ou descartada, desde que atendidas as regulamentações do órgão de controle ambiental.
Na ETO, o óleo é tratado, atendendo às normas estabelecidas. Esse tratamento é feito sobretudo para separar a parte da água que permaneceu emulsionada e há necessidade de utilização de processos físicos e químicos.
O escoamento do petróleo a partir do poço é realizado por meio de transporte, quando a produção é terrestre, até uma refinaria ou para outro local, como por exemplo, um porto, para ser embarcado. Para esse transporte, podem ser usadas tubulações com diâmetros que variam entre 5 centímetros (cm) e 1,22 metros (m), chamadas oleodutos. Para transporte a longa distância, no mar, a melhor opção são os navios petroleiros, navios-tanques de grandes dimensões. O escoamento da produção das plataformas para a costa é realizado pelos navios aliviadores.
O gás natural resultante da produção pode ser queimado na própria estação, ou direcionado para um gasoduto e conduzido para uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN). O gás produzido pode também ser usado para recuperação suplementar, através de sua injeção no reservatório. Dependendo das quantidades, e desde que se atenda à legislação ambiental, ainda é possível ventilar o gás produzido para a atmosfera.