A geração eólica deve apresentar um crescimento “significativo” no mês de junho, com destaque para os parques no Nordeste, que devem exportar energia para outras regiões. A previsão foi divulgada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), durante o primeiro dia do Programa Mensal de Operação Energética (PMO), que aconteceu nesta terça-feira, 27 de março.
Mesmo com o crescimento da geração, a política de operação energética no subsistema Nordeste deve levar em consideração a precipitação abaixo da média, com foco no dimensionamento da geração para controle de nível e controle dos fluxos sistêmicos. Cenário semelhante é esperado no Norte, que pode apresentar crescimento na previsão de carga devido à expectativa de retomada de carga de alguns consumidores do ambiente de contratação livre (ACL).
No Sudeste/Centro-Oeste também deve ocorrer um dimensionamento para controle de nível e atendimento a carga pesada e folga de potência monitorada nas usinas do Grande e Paranaíba, em razão da hidrologia desfavorável.
Ainda haverá a adoção de uma política operação de defluência mínima na UHE Porto Primavera, para preservar os reservatórios da Bacia do Paraná. A decisão segue as recomendações ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para monitoramento da taxa de replecionamento dos reservatórios da bacia do Paraná e de uma eventual flexibilização das defluências mínimas das hidrelétricas Porto Primavera e Jupiá, desde março de 2024.
No Sul, é esperada uma geração maximizada em todos os patamares de carga.
La Niña
O fenômeno La Niña deve ser caracterizado a partir do segundo semestre de 2024, com expectativa de uma condição de “fraca a moderada”, conforme expectativa do ONS, baseada em nos modelos de diversos centros meteorológicos, incluindo o NOAAA.
“Efeitos típicos do La Niña no Brasil são a redução da precipitação no Sul e aumento no Norte e Nordeste. Considerando a situação de neutralidade e menor previsibilidade nesse período do ano, as previsões estacionais mais recentes indicam um cenário provável de precipitação normal e abaixo da média para a região Sul no trimestre de junho, julho e agosto”, destacou o operador.
Rio Grande do Sul
Sobre as tratativas para garantir o fornecimento de energia elétrica no Rio Grande do Sul, Christiano Vieira, diretor de Operação do ONS, falou que o operador tem realizado reuniões rotineiras com diversas entidades e agentes para debater questões como as previsões das condições hidrometeorológicas, monitoramento dos níveis dos reservatórios e a coordenação da operação hidráulica visando à gestão das cheias.
“Entre 30 de abril e 5 de maio, nós tivemos uma precipitação superior à média histórica das bacias do rio Jacuí e Taquari-Antas, acumulando um total em torno de 400 milímetros de precipitação, acima da precipitação esperada para o mês inteiro. Essa condição impactou todo o estado em diferentes dimensões, não só na elétrica, mas toda a infraestrutura, que também foi bastante afetada”, destacou Vieira.
O diretor afirmou ainda que os encontros visam discutir questões operativas para aumentar a confiabilidade do atendimento do estado, aumentar e garantir a confiabilidade, diante das perdas de inúmeros ativos. Em paralelo, O ONS criou uma área no site para atualizar as informações referentes ao atendimento eletroenergético na região.