O leilão de energia A-4 e A-6 para atendimento das distribuidoras, previsto para acontecer em dezembro de 2024, não deve ter uma demanda significativa, já que as empresas estão com sobrecontratação de energia, conforme indica reportagem do Valor Econômico.
Segundo a Abradee, associação que representa as empresas do setor, atualmente, há muito mais energia contratada no portfólio das concessionárias do que a demanda do mercado regulado, atendido pelas distribuidoras. “Isso nos remete a entender que não deveremos ter uma apresentação de demanda mais expressiva por parte das distribuidoras nestes leilões. Pode existir alguma empresa que tenha que acertar o ano dela dentro de seu portfólio, mas não é nada muito significativo”, afirma o presidente da entidade, Marcos Madureira.
A reportagem explica que a contratação de energia no mercado regulado é feita em leilões e as distribuidoras assumem responsabilidades pelos contratos das térmicas a óleo, carvão e gás natural, usinas nucleares e da usina de Itaipu Binacional, que trazem segurança ao Sistema Interligado Nacional (SIN), porém têm custo muito maior do que outras fontes renováveis.
Madureira diz que o cenário de abertura do mercado livre de energia e o crescimento da geração própria de energia (geração distribuída) estão tirando mercado das concessionárias, além do baixo crescimento da economia que reduz a perspectiva de mais demanda por eletricidade.
Senado aprova projeto do Mover, sem conteúdo local, e mantém ‘taxa das blusinhas’
Por unanimidade, os senadores aprovaram no início da noite de ontem (5/6) o texto-base do projeto que institui o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que dá incentivos à indústria automobilística. O trecho que trata da taxação de 20% de compras internacionais de até US$ 50, a chamada “taxa das blusinhas”, foi analisado separadamente e aprovado em votação simbólica.
O relator, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), propôs excluir trechos da matéria considerados “jabutis” (temas estranhos ao escopo do projeto), como o que estabelece uma política de conteúdo local para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. Esse trecho foi retirado por consenso e a decisão conta com apoio até mesmo do governo. (Valor Econômico)
“A base do modelo do setor elétrico está prestes a cair”, alerta o líder da Siemens Energy sobre subsídios
Em entrevista ao jornal O Globo, André Clark, vice-presidente sênior da Siemens Energy para a América Latina, criticou os subsídios que persistem no país à geração distribuída (GD), quando o consumidor pode gerar parte da sua energia, o que ocorre principalmente por meio de painéis solares.
Na GD, há descontos no uso dos sistemas de transmissão, mesmo esses consumidores usando as redes das distribuidoras de energia elétrica.
O principal executivo do braço de energia da multinacional alemã nesta região afirmou que a base do modelo econômico do setor elétrico no Brasil “está prestes a cair” porque os incentivos à GD no atual cenário estão tirando recursos das distribuidoras, que são a base de arrecadação de todo o setor elétrico e vivem um momento ruim, com queixas de consumidores sobre a vulnerabilidade das redes a fenômenos climáticos.
Para ele, subsídios mantêm distorções no sistema em meio à abertura no sentido do mercado livre. A Siemens Energy é uma das líderes mundiais em tecnologia energética, nas áreas de energia elétrica, petróleo e gás. No Brasil, são quase 3 mil empregados e participações em projetos como a Gás Natural Açu (GNA), no Rio de Janeiro.
Mundo tem 80% de chance de ultrapassar 1,5°C até 2028
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou, ontem (5/6), que há 80% de chances de o mundo quebrar recordes de aumento de temperatura anuais, superando 1,5°C, nos próximos cinco anos.
Esse é o limite apontado como relativamente seguro pelos cientistas, e que deveria ser perseguido pelas políticas climáticas dos signatários do Acordo de Paris. Depois disso, a humanidade percorrerá caminhos completamente desconhecidos e imprevisíveis.
Os últimos anos têm sido de recordes: de emissões de gases de efeito estufa, aumento de temperatura e desastres climáticos. Os cientistas cobram celeridade na implementação de políticas e compromissos para descarbonizar a economia, mas também preparar os territórios para lidar com os efeitos de uma nova realidade climática. (Agência EPBR)
White Martins fará no Ceará seu maior projeto de hidrogênio verde do Brasil
O projeto da White Martins de produção de hidrogênio verde (H2V) no Porto do Pecém será a maior planta da empresa no Brasil. É o que afirma o presidente da White Martins e da Linde na América do S, Gilney Bastos.
Isso porque a unidade idealizada no Ceará será 20 vezes maior que do que a operação já instalada em Pernambuco. Desde 2021, a companhia global na produção de gases industriais e medicinais assinou um memorando com o governo do Ceará para implementação de uma planta de H2V no estado, que ainda está em construção. (jornal O Povo+, de Fortaleza)
Geração termelétrica deve se manter alta em 2024
O uso de usinas termelétricas para resguardar o Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2024 está maior que nos últimos dois anos e deve manter essa tendência no segundo semestre, apurou o Valor Econômico. Chuvas abaixo da média nos reservatórios das hidrelétricas, ventos fracos para geração eólica, ondas de calor e maior demanda por energia são responsáveis pelo cenário atual.
Eneva e Petrobras, por exemplo, terão maior geração térmica associada ao momento de estresse nos reservatórios. Até mesmo usinas movidas a carvão têm entrado no sistema para dar resposta à demanda. Por outro lado, isso deve causar algum nível de pressão sobre as tarifas, por conta dos encargos já que algumas térmicas têm custo muito maior do que outras fontes renováveis, e deve haver um maior nível de emissões de gases.
O diretor executivo de marketing, comercialização e novos negócios da Eneva, Marcelo Lopes, diz que o despacho térmico deve aumentar ainda mais no segundo semestre. “No fim de 2023, vimos mais despacho termelétrico mesmo com os níveis de reservatórios elevados. E no início de 2024, com uma hidrologia muito abaixo da média, temos o fundamento para acreditar que teremos demanda termelétrica recorrente (…). Isso de alguma maneira vai impactar encargos ou preço”, prevê.
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: A parcela dos trabalhadores com renda entre um e dois salários mínimos aumentou de 32,4% no primeiro trimestre de 2022 para 35,1% no primeiro trimestre deste ano, enquanto quem tem rendimento mensal até um mínimo recuou de 35,5% para 31,7% nesse período. O levantamento é do economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, feito a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
**
O Globo: Congresso discute planos de saúde sem internação. O acordo para que os planos de saúde suspendessem os cancelamentos unilaterais de determinados contratos, anunciado na semana passada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expôs a alguns termos que podem constar na nova lei que regulamenta o setor. Os pedidos foram feitos pelos representantes das seguradoras aos parlamentares que ainda negociam o texto final e deixam claro as principais demandas do setor.
**
Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo: O Senado aprovou ontem (7/6), a taxação de 20% sobre bens importados de até US$ 50, em votação simbólica, sem o registro dos votos dos parlamentares. Com isso, o dispositivo volta a ser incluído no projeto que cria o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que dá incentivos à indústria automotiva.