Depois de registrar crescimento de quase 11 GW no mundo em 2023, o Global Wind Energy Council (Gwec) revisou para baixo a projeção de crescimento da fonte até 2028, refletindo desafios de curto prazo. No médio prazo, porém, a entidade aposta na retomada da expansão dos projetos, chegando a 66 GW em nova capacidade em 2033.
No total, o Gwec prevê a adição de mais de 410 GW em eólica offshore entre 2024 e 2033, levando a capacidade total instalada no mundo a 486 GW em 2033, mas menos de um terço será construído até 2028.
As informações constam no Global Offshore Wind Report 2024, publicado nesta segunda-feira, 17 de junho, pelo Gwec.
A edição de 2023 apostava num crescimento mais acelerado no curto prazo, chegando a 40,7 GW em novos projetos instalados em 2028. Considerando os desafios de curto prazo, o Gwec reduziu a produção total para o período em 10%. Agora, é esperado um crescimento menos acelerado nos próximos anos, chegando a 32,8 GW em nova capacidade em 2028.
A maior redução se deu no crescimento esperado para a Europa. Ano passado, o Gwec previa que seriam instalados mais de 16 GW no continente em 2028, montante que caiu para 10 GW neste ano.
Em 2023, a indústria eólica offshore enfrentou desafios ligados à inflação, com aumento do custo de capital, além de problemas na cadeia de suprimento. Esses fatores combinados criaram incerteza no setor, o que afetou o apetite de investimentos.
Um leilão realizado no Reino Unido terminou sem propostas de empreendedores, devido aos preços baixos, que não refletiram o aumento dos custos. Projetos nos Estados Unidos e no Reino Unido tiveram os desenvolvimentos suspensos ou os acordos encerrados.
Apesar desses problemas, o Gwec aponta que os governos e os investidores do setor continuam comprometidos com o desenvolvimento de novos empreendimentos de geração, diante do consenso de que “o pior já passou” e o setor entrou em 2024 pronto para uma nova onda de crescimento.
O Brasil continua sendo uma aposta futura para desenvolvimento da fonte eólica offshore, devido ao potencial de geração de cerca de 700 GW, com fator de capacidade acima de 52% em regiões da costa. O Gwec, contudo, destacou que ainda é necessário que seja aprovado o marco legal da eólica offshore no país, dando segurança para os investimentos serem feitos.
Segundo o Gwec, o crescimento da eólica offshore nos próximos anos será concentrado entre os anos de 2029 e 2033, impulsionado por novos mercados, incluindo Brasil e outros países, como Austrália, Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Vietnã, Colômbia, Irlanda e Polônia.
Com a adição dos 10,8 GW em 2023, o total global chegou a 75,2 GW, uma aceleração de 24% na taxa de crescimento em comparação com o ano anterior. O Gwec aposta que o ritmo permaneça assim até 2030.