O consumo de energia elétrica do Brasil em maio cresceu 9% na comparação com o mesmo período de 2023, chegando a 47.038 GWh, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O consumo no mercado livre, mais uma vez, teve crescimento mais acelerado, de 10,4%, e o consumo no mercado cativo avançou 8%, impulsionado pelas altas temperaturas registradas no período.
Os números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) também reforçam a tendência de alta, mostrando uma expansão de 8% na carga em maio, que chegou a uma média de 72.207 MW médios. A diferença está nos desempenhos dos mercados livre e regulado, em que os dados da CCEE mostram aumento de, respectivamente, 1,8% e 12,3%.
Resenha da EPE
Segundo a estatal de planejamento energético, o maior aumento de consumo em maio se deu no segmento residencial, por conta da temperatura. A expansão foi de 13,4%. Já o consumo na indústria cresceu 5%, e o no segmento comercial teve alta de 11,6%.
Dentro da indústria, o maior aumento está no setor de produtos metálicos, em que houve alta de 16%, seguido por borracha e material plástico (+10,3%) e papel e celulose (+9,1%). Na outra ponta, houve retração de 2,1% no segmento químico, e queda de 0,7% no de extração de minerais metálicos.
No acumulado no ano, o consumo de energia em todo o país cresceu 7,3%, chegando a 235.348 GWh, também puxado pelo aumento no segmento residencial, de 11,9%. Considerando os 12 meses encerrados em maio, o aumento é de 6,5%, a 547.827 GWh.
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EPE ou CCEE
Embora tratem da mesma questão, CCEE e EPE usam bases de dados diferentes no cálculo desses indicadores, e historicamente há diferenças grandes entre os números. A CCEE considera dados líquidos, e exclui, por exemplo, autoconsumo. Já a EPE usa um cenário mais geral e não desconta da base a energia que foi gerada pelos consumidores, por exemplo os autoprodutores ou que tenham geração distribuída. Além disso, os números da EPE desconsideram perdas da rede.
Consumo em alta
Os dados da CCEE de maio constam na edição do boletim InfoMercado Quinzenal de junho, cuja edição traz os dados fechados do mês anterior.
Segundo a CCEE, todos os estados do Sistema Interligado Nacional (SIN) tiveram alta no consumo em maio, com destaque para Mato Grosso do Sul (13,3%), Paraná (10,7%), São Paulo (10,3%) e Amazonas (8,9%). Rondônia, por sua vez, teve retração de 2,6%, mesma queda registrada no Rio Grande do Sul, onde as chuvas fortes afetaram o comportamento do consumo.
Em relação ao segmento de consumo, a CCEE apontou aumento nos setores de Madeira, Papel e Celulose (7,4%), Saneamento (6,5%) e Bebidas (6%). Entre os que registraram maior declínio estão a indústria têxtil (-6,5%), químicos (-4,5%) e veículos (-2,1%).
