Gás natural

Petrobras reforça interesse no gás boliviano para o Brasil e assina acordo com Yara

Estatal planeja investir US$ 40 milhões em poço exploratório na Bolívia e aumentar importação do gás boliviano ao Brasil para projetos em fertilizantes e petroquímica. Estatal também anunciou avanços na parceria com Yara Fertilizantes.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no Foro Econômico Bolívia-Brasil / Crédito: Agência Petrobras
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no Foro Econômico Bolívia-Brasil / Crédito: Agência Petrobras

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou o interesse da companhia em aumentar sua produção de gás na Bolívia e a importação do insumo ao Brasil, com o objetivo de viabilizar projetos de fertilizantes e de petroquímica. Também nesta terça-feira, 9 de julho, a Petrobras assinou novo acordo com a Yara para a produção de fertilizantes, produtos industriais e descarbonização.

No Foro Empresarial Bolívia-Brasil, que aconteceu no município boliviano de Santa Cruz de la Sierra, Magda Chambriard declarou que o mercado brasileiro pode triplicar seu consumo de gás, dos atuais 50 milhões de m³ por dia para 150 milhões de m³ por dia. “Esse gás servirá como insumo para a indústria petroquímica e para a produção de fertilizantes. A condição é que sejamos capazes de fazê-lo chegar ao Brasil a preços acessíveis”, disse a executiva.

Acenos para a Argentina

Em sua fala no Foro Empresarial Bolívia-Brasil, Chambriard destacou a integração energética da América do Sul. “Apostamos muito nessa sinergia entre Brasil, Bolívia e também a Argentina, países interligados pelo gasoduto”, declarou.

O aumento nas importações do gás boliviano é uma das formas de incrementar a oferta do insumo no Brasil. Outra alternativa é a importação de gás da região argentina de Vaca Muerta, que poderá passar justamente pelo Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) e ocupar o volume tem ficado ocioso com o declínio da produção boliviana. A importação do gás de Vaca Muerta ao Brasil também pode acontecer pelo Rio Grande do Sul, mas depende da construção de mais gasodutos novos.

Investimento de US$ 40 milhões em poço exploratório

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A Petrobras atua no país por meio de sua subsidiária integral Petrobras Bolívia, que em 2023 produziu 9 milhões de m³ de gás natural por dia. Este montante foi equivalente a 25% de toda a produção de gás daquele país – no passado, a participação da Petrobras na produção total boliviana já chegou a 60%.

A companhia atua por meio de contratos de serviço com a estatal boliviana YPFB, sendo operadora em quatro campos produtores e com participação em outros três ativos.

A Petrobras Bolívia também é operadora no campo exploratório de San Telmo Norte, onde pretende investir cerca de US$ 40 milhões na perfuração de um poço para melhor investigação das reservas. Estima-se que a área tenha potencial de recuperação de 2,7 trilhões de pés cúbicos (TCF, na sigla em inglês) de gás. A perfuração exploratória está planejada para 2025 e depende da obtenção de licença ambiental.

Acordo com a Yara

Nesta terça-feira, 9 de julho, a Petrobras também comunicou a assinatura de um master agreement com a Yara Brasil Fertilizantes para estruturar uma potencial parceria de negócios no segmento de fertilizantes, produção de produtos industriais e descarbonização da produção.

O acordo representa um avanço no memorando de entendimentos (MoU, na sigla em inglês) assinado pelas empresas em fevereiro.

“O Master Agreement assinado é de caráter não vinculante e está alinhado à revisão das diretrizes estratégicas da companhia aprovadas no ano passado, pelas quais o investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras, conforme Plano Estratégico 2024-28+”, diz o comunicado da Petrobras.

A próxima fase prevê que Petrobras e Yara finalizem em conjunto a análise sobre as potenciais sinergias entre suas operações, com foco no aumento da eficiência no mercado local de fertilizantes e produtos industriais, incluindo possíveis soluções de descarbonização. Não foram divulgados prazos para esta etapa.

“O Brasil é um mercado significativo para aplicações agrícolas e industriais, com foco no crescimento da produção nacional e na descarbonização futura. A Yara está comprometida em descarbonizar a cadeia de valor alimentar, aplicações industriais essenciais e de qualidade do ar, e soluções de combustível e energia para transporte marítimo com emissão zero”, declarou a Yara em comunicado.