Os desafios envolvendo a cadeia de valor do hidrogênio renovável pode tornar o alcance de produção e importação de até 20 milhões de toneladas na União Europeia (UE) até 2030 “improváveis”, segundo relatório de auditores do Tribunal de Contas Europeu (ECA, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira, 17 de julho.
No documento, Stef Blok, membro da ECA responsável pela auditoria, afirmou que embora a meta não seja vinculante, não tem base sólida e foi apoiada em “vontade política”. Block pede que o bloco faça uma “verificação da realidade” e escolha estratégias que não prejudiquem a competitividade da sua indústria.
“Em primeiro lugar, as diferentes ambições dos estados-membros nem sempre estiveram alinhadas com as metas. Segundo, ao coordenar com os estados-membros e a indústria, a Comissão falhou em garantir que todas as partes estivessem remando na mesma direção”, diz Block.
Segundo o ECA, a União Europeia destinou 18,8 bilhões de euros no período de 2021 e 2027 para o combustível em vários programas, o que dificulta o processo das empresas escolherem qual iniciativa atende as necessidades dos seus projetos.
Os auditores afirmam ainda que a maior parte deste financiamento é usado pelos estados-membros em indústrias difíceis de descarbonizar. Além disso, ainda “não há garantia de que o potencial de produção de hidrogênio da UE possa ser totalmente aproveitado ou que o financiamento público permita que o bloco transporte hidrogênio verde através dos países com alta demanda industrial”.
Para resolver os gargalos, o ECA pede que a Comissão Europeia atualize sua estratégia para o hidrogênio, com base em uma avaliação cuidadosa de três questões :como calibrar os incentivos de mercado para a produção e o uso do hidrogênio; como priorizar financiamentos de projetos em detrimento de outros e em quais partes da cadeia de valor se concentrar; e quais indústrias a UE deseja manter e a que preço, dadas as implicações geopolíticas da produção em comparação com as importações de países não pertencentes a área.