O Sistema Interligado Nacional (SIN) deve atingir carga de 75.432 MW médios em agosto, com avanço de 3,2% na comparação com o mesmo mês de 2023. Para setembro, entretanto, a variação deve ser negativa, a -0,1% em relação a 2023.
As previsões são do Operador Nacional do Sistema (ONS), durante o primeiro dia do Programa Mensal da operação (PMO) de agosto, realizado nesta quinta-feira, 25 de julho, e representam alteração da projeção da primeira revisão quadrimestral do planejamento. Após esta primeira revisão, o ONS esperava variações positivas de 2,4% do SIN em agosto e de 1% em setembro.
Com as novas projeções, o SIN deve crescer 4% em 2024, atingindo carga de 78.930 MW médios, segundo o ONS.
Previsões por subsistemas
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve ter em agosto carga de 41.909 MW médios, com crescimento de 1,1% em relação a 2023. Para setembro, o ONS espera carga de 42.986 MW médios, o que representa contração de 2,8% na comparação com o mesmo mês de 2023. Mesmo assim, o subsistema tende a fechar o ano com carga de 44.627 MW médios, com expansão de 3,4% em relação a 2023.
No subsistema Sul, a carga em agosto deve ser de 12.964 MW médios, com crescimento de 5,6% na base anual. Em setembro, a demanda deve ser de 13.051 MW médios, com expansão de 3,3%. Segundo o ONS, após a catástrofe no Rio Grande do Sul em maio, há sinais de reação no subsistema desde junho.
No Nordeste, a carga em agosto deve ser de 12.512 MW médios, o que representa aumento de 5,8% na comparação anual. Para setembro, a demanda deve ser de 12.957 MW médios, com aumento de 2,4%. Neste subsistema, as novas projeções do PMO significam cargas maiores do que as previstas pela primeira revisão quadrimestral, que previa aumento de 4,1% e de 0,9% para os próximos meses.
O subsistema Norte é o que deve apresentar maior crescimento na base anual, com carga 7,1% maior do que em 2023, a 8.047 MW médios em agosto. Em setembro, a carga deve ser de 8.149 MW médios, com crescimento de 5,9%. As previsões acompanham tendência observada no subsistema desde o segundo semestre de 2022.
Segundo o ONS, até 2023 o aumento da carga no Norte se explicava pela retomada de consumidores livres, mas também houve um crescimento da carga por distribuição diante das temperaturas mais elevadas que estão ocorrendo desde o fina, de 2023.
Sem ondas de calor e La Niña mais tarde
Para os próximos meses, o operador espera temperaturas mais altas do que a média histórica, mas avalia que isto não deve significar as ondas de calor observadas em 2023.
Além disso, o ONS prevê que os efeitos do fenômeno “La Niña” deverão ser observados mais tarde do que o inicialmente esperado e, no geral, não deverão ser observados em agosto. Para as regiões Norte e Nordeste, os efeitos relacionados a maior precipitação só devem ser observados a partir de fevereiro de 2025.
Ao contrário do El Niño, a La Niña deve aumentar os níveis de precipitação no Norte e Nordeste do país, enquanto reduz as chuvas no Sul e Centro-Oeste do Brasil.