A Uber firmou uma parceria com a BYD para introduzir 100 mil veículos elétricos na Europa e América Latina, com chance de expansão para Oriente Médio, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O objetivo do acordo é oferecer aos motoristas da Uber acesso aos melhores preços e financiamento para veículos BYD.
“Sendo o maior acordo global desse tipo, estamos entusiasmados com os benefícios que essa parceria proporcionará aos motoristas, passageiros e cidades. Quando um motorista de aplicativo faz a troca para um carro elétrico, ele pode proporcionar até quatro vezes mais benefícios de emissões em comparação a um motorista comum, simplesmente porque ele está mais na estrada”, disse Dara Khosrowshahi, CEO da Uber.
Para estimular a adoção dos motoristas, a parceria também inclui descontos em carregamento, manutenção de veículos ou seguro, bem como ofertas de financiamento e leasing, com base no que funciona melhor para os motoristas em um determinado mercado.
Para Stella Li, vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD Américas, a parceria pode acelerar a transição para veículos elétricos e tornar o transporte verde acessível para todos.
BYD no mundo
A parceria ocorre em meio as tesões entre a União Europeia e os Estados Unidos com a China.
A União Europeia anunciou tarifas adicionais sobre veículos elétricos chineses em junho, por considerar que os subsídios governamentais tornam a competição com montadoras do bloco injusta.
Com a cobrança, as montadoras chinesas estão enfrentando tarifas extras entre 17,4% e 38,1%, além do imposto de 10% já cobrado pelo bloco.
Um mês antes, o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou um aumento nas tarifas sobre carros elétricos, painéis solares, aço e outros produtos de fabricação chinesa. As medidas, que incluem um imposto de 100% sobre carros elétricos provenientes da China, foram uma resposta às políticas comerciais consideradas “injustas” e tinham como objetivo proteger os empregos no país.
Com as taxações, a BYD viu as vendas globais de veículos híbridos saltarem 67%, enquanto as vendas de carros elétricos caíram 4%, em julho.
Para driblar as taxações, a BYD abriu uma fábrica na Tailândia e planeja construir fábricas no Brasil, Hungria e Turquia.