O nível do rio Madeira, medido em Porto Velho, Rondônia, reduziu 44 cm nos últimos sete dias e chegou à marca de 2,07 metros nesta terça-feira, 6 de agosto. O dado consta no Boletim de Monitoramento Hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), que afirma que este é o nível mais baixo já registrado para essa época do ano desde que os dados começaram a ser coletados, em 1967.
No final de julho, o rio chegou a 2,45 metros, a menor marca para o período. Contudo, mesmo com as sucessivas baixas, a expectativa da entidade é de chuvas para os próximos dias, amenizando a seca com elevação dos níveis dos rios dentro do período de vazante.
“Desde domingo foram observadas chuvas na região do rio Mamoré, no município de Guajará-Mirim, e isso pode impactar o cenário na Bacia do Rio Madeira, especialmente em Porto Velho, que está abaixo da faixa de normalidade. Isso porque as águas que passam pelo Mamoré se juntam ao rio Madre de Dios e formam o Madeira, chegando posteriormente à capital do estado de Rondônia. Portanto, são esperados repiquetes nas próximas semanas”, diz o pesquisador em geociências do SGB Marcus Suassuna, responsável pela operação do sistema de alerta hidrológico da Bacia do Rio Madeira.
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O Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) determinou a redução das defluências das hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, no rio Paraná, entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e a retenção nas usinas de cabeceira. As usinas devem reduzir as defluências mínimas para 3.300 metros cúbicos por segundo e 3.900 metros cúbicos por segundo, respectivamente. A decisão foi tomada após recomendação do Operador Nacional do Sistema (ONS) por conta dos níveis de chuva abaixo do esperado nos últimos meses.
Segundo o SGB, na estação da hidrelétrica de Jirau Jusante Beni, no município de Nova Mamoré, a cota atual é de 10,10 m. Para lidar com as mínimas históricas, a prefeitura de Porto Velho publicou uma recomendação para que os cidadãos evitem ao máximo o desperdício.
Chuvas abaixo da média no Madeira
O rio Madeira chegou a níveis baixos na região de Porto Velho antes da época prevista, principalmente devido às chuvas abaixo da média entre novembro de 2023 e abril de 2024. Como o Madeira enfrentou uma seca severa, as chuvas não foram suficientes para repor os níveis. Em 6 de outubro do ano passado, foi registrada a cota mais baixa da história: 1,10 m – cenário que culminou para o quadro atual.
Diante das projeções, a SGB espera que a seca deste ano seja tão grave quanto as dos últimos anos, em que os níveis ficaram abaixo dos 2 m.
