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Prio se diz ‘animada para M&A’ e aumenta lucro apesar de entraves regulatórios

Empresa continua dependendo de licenças do Ibama para projetos de recuperação de poços e novas perfurações e teve queda na produção; mesmo assim, conseguiu aumentar lucro em 48%

Prio se diz ‘animada para M&A’ e aumenta lucro apesar de entraves regulatórios

Em meio a especulações sobre a aquisição, junto à Sinochem, de 40% do campo de Peregrino, a Prio diz estar “atenta e animada” para oportunidades de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). “Vemos algumas coisas voltando a se mexer no mercado e isso nos deixa animados”, disse o presidente da empresa, Roberto Monteiro.

A diretoria da empresa não confirmou a transação com a Sinochem, mas tratou abertamente desta possibilidade em teleconferência de resultados realizada nesta quarta-feira, 7 de agosto. Os executivos também comentaram a possibilidade de adquirir poços maduros no Golfo do México, nos Estados Unidos, repetindo a estratégia executada no Brasil, mas avaliam que ainda é cedo para avançar nesta ideia.

Animados com M&A no país, os executivos da Prio não avaliam que há um “tamanho ótimo” para a companhia. “Acho que tem muito espaço, é uma questão de projetos”, disse Monteiro. Apesar disso, os planos de expansão devem se concentrar em ativos offshore, como Peregrino. “Sou muito cético em trazer onshore para a Prio, acho que vai ser desvio de foco”, avaliou o presidente da empresa.

À espera de licenciamento

A Prio continua à espera do licenciamento ambiental para o campo de Wahoo. Desde o início do ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está em “operação padrão”, com uso do prazo máximo para todas as solicitações recebidas.

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Segundo a Prio, já foram investidos cerca de US$ 600 milhões em equipamentos para Wahoo. “Está tudo pronto ou muito próximo disso”, disse Monteiro. Quando a licença sair, as instalações ainda devem levar cerca de 60 dias até que o primeiro óleo seja enfim produzido. Inicialmente, o cronograma da empresa previa para o primeiro semestre de 2024 o início da produção de Wahoo, que deve chegar aos 40 mil barris por dia. 

Outros ativos da Prio também estão parados em função do movimento de servidores ambientais. Nos campos de Frade e Martelo, a empresa aguarda autorização do Ibama para fazer trabalho de recuperação em um e três poços, respectivamente.

Resultados

No segundo trimestre de 2024, a Prio registrou lucro líquido (ex-IFRS 16) de US$ 272,8 milhões, montante 48% superior ao mesmo período de 2023.

A produção da companhia foi de 89,9 mil barris de óleo equivalente por dia, o que representou uma redução de 1,3% na base anual. Segundo a empresa, a queda na produção se deve à parada nos poços de Frade e no cluster de Polvo e Tubarão Martelo, que aguardam licenciamento ambiental.

O volume de vendas aumentou 19,5% no período, a 8,5 milhões de barris. Com isso, as receitas cresceram 37%, a US$ 727,6 milhões.

Assim, apesar da queda na produção, o aumento no lucro foi possível em função do aumento de 9% no preço do brent, na comparação anual, e ao aumento nas receitas da empresa. Outro fator importante é que, no segundo semestre de 2023, estava vigente o imposto de exportação de petróleo, que perdurou entre 1º de março e 28 de junho de 2023.