Energisa não acredita em 'revisão unilateral' no contrato da Sergas

A revisão da taxa de retorno da distribuidora de gás do canalizado Sergipe Gás (Sergas), fixada pelo contrato em 20%, passou por uma audiência pública no final de julho para discussão do seu patamar, que é considerado alto pela indústria local por pressionar as tarifas, e da sua compatibilidade com metodologias como a do Preço Médio Ponderado.

Apesar do processo, a Energisa acredita que o estado, por meio do governo e da agência reguladora, não fará uma alteração unilateral.

“A gente acredita que o estado de Sergipe e a própria Agrese [Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe] devem preservar esse bom ambiente de segurança jurídica. Isso é o que atrai investimentos para o estado e o desenvolvimento desse mercado, que é um desejo fundamental do estado e o nosso”, disse Fernando Maio, vice-presidente de Regulação e Relações Institucionais do grupo Energisa em teleconferência do segundo trimestre de 2024.

A taxa de retorno da distribuidora de gás também foi alvo de críticas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que disse não fazer “sentido uma distribuidora estadual de gás natural ter um retorno tão elevado dado o baixo risco do negócio”.

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Para Fernando Maia, essa é uma discussão que desvia da real questão, pois gera um impacto na tarifa de menos que 2%.

“O mercado de gás tem que se estruturar para que ele fique realmente atrativo. Já houve uma redução do preço da molécula no Nordeste, mas tem espaço para redução bem maior do que essa. Só lembrando que a tarifa lá em Sergipe já é uma das menores do Brasil”, disse o executivo da Energisa.

O interesse no gás do Sergipe

Quase um ano após a formalização da aquisição da distribuidora de gás natural do Espírito Santo, a ES Gás, o grupo Energisa fechou contrato no final de julho para a compra e venda de ações com a Infra Gás e Energia, empresa que deterá 51% das ações da Norgás – holding com participação em distribuidoras de gás canalizado em cinco estado do Nordeste, incluindo a Sergas.

No entanto, uma liminar obtida pelo governo de Sergipe travou o fechamento da negociação. O estado apontou que não pode exercer o seu direito de preferência na compra das ações da empresa.

Resultado  

A Energisa reportou lucro líquido consolidado de R$ 655 milhões no segundo trimestre de 2024, em linha com o registrado no mesmo período de 2023 (-0,3%). Também em linha, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação) cresceu 0,2% na comparação entre os trimestres, alcançando R$ 1,77 bilhão