O governo do Ceará e a Comexport, empresa brasileira de comércio exterior, anunciaram na última semana a construção de um Polo Industrial Automobilístico multimarcas, a ser instalado em Horizontina, a 45 km de Fortaleza, local que ficava a antiga fábrica de automóveis da Troller. A unidade contará com cerca de R$ 400 milhões em investimentos e terá capacidade para produzir 40 mil veículos por ano, incluindo modelos elétricos e a etanol, sendo que a previsão é que os primeiros automóveis cheguem ao mercado em 2025.
Presente na cerimônia de assinatura, o vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou que a produção dos veículos será feita sob encomenda de terceiros, o que pode fazer com que montadoras estabelecidas e novas marcas ingressem no mercado brasileiro.
De acordo com o vice-presidente da Comexport, Rodrigo Teixeira, no momento, foram assinados acordo para fabricação de seis modelos de três diferentes marcas internacionais.
“O Ceará tem um desejo antigo de produzir veículos e este ano, graças à promulgação do Mover [Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação], que estabeleceu regras claras para a modernização da indústria brasileira com o desenvolvimento de novas tecnologias e trouxe previsibilidade à indústria automotiva, é possível promover o marco histórico de ter veículos movidos a novas energias 100% produzidos no estado”, afirmou Teixeira.
A gerência operacional do Polo será feita pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE). Conforme a Adece, a estimativa é de que o complexo automotivo impacte em R$ 370 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará.
“O modelo do Polo Automobilístico do Ceará é uma tendência mundial, que contempla centros compartilhados, reduzindo custos de logística e da cadeia de suprimentos. O que trouxemos para Horizonte é apenas o início de uma atração de novas empresas para o entorno”, falou o presidente da Adece, Danilo Serpa.
Ceará no Simpacto
Durante o evento, o estado também aderiu ao Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto), uma iniciativa do MDIC que busca alinhar as legislações de estados e municípios brasileiros com as diretrizes da Estratégia Nacional de Economia de Impacto (Enimpacto). Para serem considerados empreendimentos de impacto, os projetos precisam promover efeitos positivos para a regeneração, restauração e renovação dos recursos naturais.
Além do Ceará, o Rio Grande do Norte e Alagoas já aderiram a iniciativa. Ao ingressar, os estados trabalharão em cinco eixos da política pública: ampliação da oferta de capital para e economia de impacto; aumento do número de negócios de impacto; fortalecimento das organizações intermediárias; promoção de ambiente institucional e normativo favorável aos investimentos e negócios de impacto; e articulação interfederativa com estados e municípios no fomento à economia de impacto.
Conforme o Plano Decenal da pasta, a meta é que até 2032 todos os 26 estados e o Distrito Federal tenham aderido ao Simpacto.