A Taesa está “olhando com bons olhos” o segundo leilão de transmissão deste ano, previsto para 27 de setembro, e tem analisado os lotes para entrar de forma competitiva. A afirmação foi feita pelo diretor de Negócios e Gestão de Participações da Taesa, Fábio Antunes Fernandes, durante teleconferência para apresentação dos resultados do segundo trimestre de 2024 da transmissora.
De acordo com o executivo, dos três lotes do certame, a empresa poderá entrar naquele que gere retorno aos acionistas e tenha sinergias com os seus ativos atuais.
“Temos musculatura adequada para fazer uma participação competitiva no leilão e que gere valor. Estamos olhando criteriosamente cada lote e, aquele que se enquadrar e estiver dentro de uma política de alocação do capital eficiente, vamos fazer uma oferta competitiva, de forma a trazer bons retornos para os nossos acionistas”, afirmou Fernandes.
Em março, a empresa já havia informado que analisava os lotes do leilão. Na época, a transmissora informou que não participaria do primeiro certame do tipo, que aconteceu em março.
A última participação da companhia em um leilão de transmissão foi em junho do ano passado, quando não teve sucesso. Depois disso, a Taesa disse que não participaria do leilão de dezembro de 2023, destacando que estudaria possibilidades a partir de 2024, mas de uma forma “muito criteriosa para que se posicionar de forma competitiva e assertiva”.
Dividendos Taesa
O conselho de administração da Taesa aprovou a distribuição de proventos no valor total de R$ 223,278 milhões. Esses proventos incluem dividendos intercalares e juros sobre capital próprio (JCP), com base no lucro distribuível apurado no primeiro semestre de 2024. O pagamento dos proventos será realizado no dia 27 de novembro.
O montante total de proventos a ser pago corresponde a R$ 0,21604135533 por ação e a R$ 0,64812406599 por Unit TAEE11. Desse valor, R$ 105,082 milhões serão distribuídos na forma de dividendos intercalares, equivalente a R$ 0,10167650317 por ação ordinária e preferencial, e a R$ 0,30502950951 por Unit.
Além disso, a empresa anunciou a distribuição de R$ 118,195 milhões em JCP, que representa R$ 0,11436485216 por ação e R$ 0,34309455648 por Unit.
A empresa anunciou em maio a aprovação de uma nova proposta de pagamento de dividendos de, no mínimo, 75% do lucro líquido regulatório, com foco em controlar sua alavancagem, que atingiu 4 vezes no segundo trimestre do ano – ,acima do valor registrado no 1T24 (3,8x), – para ter capacidade financeira de continuar participando dos leilões de transmissão. A empresa encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 11,11 bilhões.
De acordo com Cristiano Granjeia, gerente-executivo de Relações com Investidores, o atual nível de alavancagem da empresa está dentro do que foi planejado pela companhia, que incluiu uma expansão da base de ativos.
Resultado Taesa
A transmissora encerrou o segundo trimestre de 2024 comlucro líquido regulatório, que desconsidera alguns ajustes contábeis, de R$ 294 milhões, um incremento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado, justificado por uma melhora nos custos operacionais, resultado financeiro e imposto de renda e contribuição social.
Granjeia falou ainda que o resultado também foi impactado pela incorporação de quatro sociedades de próposito específico (SPEs), que causaram uma redução de custos tributários, principalmente no imposto de renda e na contribuição social sobre o lucro líquido.
O Ebitda regulatório totalizou R$ 485,2 milhões, queda de 7,8%. Já a receita líquida regulatória somou R$ 579,7 milhões, uma diminuição de 7,2%.
As reduções são explicadas pela empresa pelo reajuste negativo do IGP-M no ciclo RAP 2023-2024 para as concessões de categoria 2, que são licitadas com base blindada e sem revisão tarifária da base licitada, queda de 50% da RAP da ATE III e maior parcela variável. Os efeitos foram compensados em parte pela entrada em operação de fases finais de Sant’Ana e pelo reajuste inflacionário em IPCA no mesmo ciclo para as concessões de categoria 3, que são concessões licitadas, com RAP corrigida anualmente pelo índice do IPCA e com revisões tarifárias nos 5º, 10º e 15º anos do contrato de concessão.
O resultado regulatório é considerado pelas empresas de transmissão e pelos analistas de mercado como mais aderente ao retrato financeiro atual do segmento. Nesse tipo de contabilização, a receita representa os recebimentos da companhia, refletindo no seu fluxo de caixa, e os investimentos são reconhecidos no balanço patrimonial como ativo imobilizado. No regulatório, a receita reflete a Receita Anual Permitida registrada conforme o faturamento, no prazo da concessão.
Projetos em construção
Neste trimestre, a companhia obteve licenças de instalação para a construção dos projetos Tangará e Ananaí.
A transmissora também busca entregar seus novos empreendimentos em construção Pitiguari e Saíra, além de realizar novos reforços da Novatrans, TSN, São Pedro, ATE e ATE III, que juntos adicionarão R$ 445 milhões de RAP quando entrarem em operação comercial, com expectativa de conclusão de alguns empreendimentos nos próximos 12 meses.