*Atualizada às 17h14 para inclusão de informações*
A ArcelorMittal fechou acordo para participação em uma joint venture com a Atlas Renewable Energy para desenvolver, construir e operar usinas solares na cidade de Paracatu, em Minas Gerais. O acordo, que soma R$ 895 milhões em investimentos, será submetido à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O contrato abrange as UFVs Boa Sorte 18 a 21, com capacidade instalada total de 264,6 MWac. O acordo ainda prevê a construção de um sistema de transmissão associado e compartilhado, composto pela subestação elevadora de 34.5/500 kV, bay de conexão e uma linha de transmissão em 500 kV, com aproximadamente 65 km de extensão.
Segundo Fabio Bortoluzo, diretor-executivo da Atlas, uma das cláusulas do contrato prevê que, após a entrada em operação comercial do projeto, a ArcelorMittal comprará 100% das cotas representativas do capital social das usinas fotovoltaicas.
Em nota, a siderúrgica explicou que o contrato estabelecido segue o modelo BOT (Build, Operate and Transfer), no qual se forma uma joint venture durante a construção e, depois de entrar em operação comercial, todo o capital será adquirido pela ArcelorMittal.
O parque da Atlas
As solares fazem parte do complexo Luiz Carlos, que totaliza 787 MWp de capacidade, que deve começar a operar no final de 2025, com previsão de geração de 1.594 GWh ao ano, o equivalente ao fornecimento de energia para mais de 870 mil residências brasileiras e evitando a emissão de mais de 64 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) por ano.
Na última semana, a Atlas Renewable Energy captou R$ 1,5 bilhão em financiamentos para construção e operação do parque, localizado em uma área que a empresa já conta com outros empreendimentos fotovoltaicos.
“O financiamento desse projeto endossa a nossa expertise e inovação no setor de energia renovável e é mais um avanço para a Atlas para impulsionar a transição energética das empresas”, explicou Bortoluzo.
O objetivo do complexo é abastecer unidades produtivas instaladas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e, de acordo com a Atlas, quase dois terços (470 MWp) serão destinados à empresa de materiais de construção e soluções sustentáveis.
A geração restante do parque deve ser contratada por outras empresas.
ArcelorMittal e Casa dos Ventos
A siderúrgica também fechou JV com a Casa dos Ventos para implantação de um projeto solar fotovoltaico na mesma área do complexo eólico Babilônia Centro. O acordo depende de aprovação do Cade.
O parque será instalado os municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova, na Bahia. Conforme termos do acordo, a ArcelorMittal terá participação de capital de 55% e a Casa dos Ventos de 45%.
Com investimento de aproximadamente R$ 690 milhões, a planta possuirá 200 MW de potência instalada e capacidade prevista de geração anual de 44 MW médios (MWm). O parque tem previsão para entrar em operação comercial em dezembro de 2025.
Em janeiro, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 3,16 bilhões em financiamentos para implantação do complexo eólico Babilônia Centro.
Além do parque, o projeto abarca uma rede de média tensão que levará a energia produzida pelos aerogeradores à subestação coletora do Babilônia Centro. A partir daí, a conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN) será feita por uma linha de transmissão de aproximadamente 17 km até a subestação Ourolândia II, que já está em operação.
Descarbonização da siderúrgica
Segundo a ArcelorMittal, os acordos coma Atlas e com a Casa dos Ventos representarão 14% do consumo atual de energia elétrica das suas unidades no Brasil.
“A ArcelorMittal entende que uma economia global de baixo carbono e a mitigação dos impactos das mudanças do clima são fundamentais para um futuro sustentável, e a transição energética é um passo fundamental dentro da nossa estratégia de descarbonização. Além de garantir o suprimento das plantas industriais com fonte própria de energia renovável, os investimentos visam a diversificação da matriz energética, a redução dos custos operacionais e aumento da nossa competitividade”, afirmou Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam.