A Vibra aposta nas sinergias de operação para transformar a Comerc em uma empresa lucrativa nos próximos dois anos, podendo reciclar ativos. A estratégia, contudo, vai depender da perspectiva de alocação de capital, disse o presidente-executivo da companhia, Ernesto Pousada, em teleconferência realizada nesta quinta-feira, 22 de agosto, para falar sobre a aquisição dos 50% remanescentes da Comerc.
“Não temos paixão por ativos. Se fizer sentido, podemos até reciclar, vender ativo para reinvestir na empresa. Nós temos paixão sobre o retorno sobre capital e, se precisarmos reciclar um ativo, seja ele qual for, estaremos dispostos a fazer, caso gere mais valor para a Vibra”, falou Pousada.
A afirmação veio em resposta aos questionamentos sobre a Comerc não estar gerando lucro e seu crescimento sem alocação de novo capital. No segundo trimestre do ano, a comercializadora da Comerc registrou uma alavancagem (dívida líquida/Ebitda) em 7,6 vezes, enquanto a Vibra registrou 1,4 vez. Juntas, as alavancagens das empresas ficaram em 2,3 vezes.
Segundo o executivo, como a Comerc é “pequena” em relação à Vibra, a compra não surtirá efeitos no lucro da Vibra, que focará nos próximos dois anos em alcançar as sinergias estimadas com a Comerc, crescendo via modelo “asset light” e aumentando a geração de Ebitda e fluxo de caixa.
“A empresa ainda é deficitária no curto prazo. Leva-se tempo para a implementação de algumas medidas, principalmente com relação à questão fiscal. […] Estamos adquirindo uma empresa em operação integral, alinhada com a estratégia de longo prazo da Vibra, gerando R$ 1,4 bilhão em sinergia. Vamos redefinir o foco e existem outras questões que podem gerar oportunidades de crescimento, trazendo um negócio B2B, que, para nós, é uma grande oportunidade”, ponderou o presidente da Vibra.
Em relação aos dividendos, o presidente-executivo da Vibra afirmou que será mantida a política de distribuição em 40%.