O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que iniciou projeto de elaboração e produção de painéis que conterão informações sobre as fontes energéticas utilizadas pelas indústrias. O objetivo é dar mais visibilidade ao perfil das empresas quanto ao consumo, por exemplo, de combustíveis fósseis, o que permitirá maior controle e participação da sociedade no uso dessas fontes de energia.
Os dados, que serão disponibilizados por meio dos painéis, são baseados em informações declaradas pelas indústrias no Relatório Anual de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos (RAPP). Será possível utilizar filtros por tipo de indústria, porte econômico, localização por estados e municípios, se utilizam fontes renováveis ou não renováveis, poluentes ou limpas, bem como consultar o consumo de cada indústria a partir da razão social ou do CNPJ.
As empresas são responsáveis pelas informações declaradas e estão sujeitas a sanções administrativas, conforme Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, no caso de deixar de apresentar ou apresentar informações falsas em sistemas oficiais, incluindo o RAPP.
O uso de algumas fontes energéticas tem importante contribuição para as mudanças climáticas, uma vez que a queima de combustíveis fósseis, por exemplo, resulta na emissão dos gases dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e de vapor de água (H2O), responsáveis pela geração do efeito estufa e, consequentemente, pelo aumento da temperatura no planeta.
Por meio das informações que serão fornecidas nos painéis, o Instituto busca estimular, principalmente, o consumo consciente, ao facilitar que os consumidores façam escolhas ambientalmente mais corretas, optando por produtos de empresas que praticam a sustentabilidade; a inovação tecnológica, com incentivo à adoção, pelas empresas, de soluções como automação industrial e sistemas inteligentes de controle, a fim de otimizar o uso de energia e a conscientização dos cidadãos, que poderão usar as informações dos painéis para exigir políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis nas empresas.
Os painéis do RAPP estão em produção sob a gestão da Coordenação de Avaliação e Instrumentos de Qualidade Ambiental (Coavi), da Diretoria de Qualidade Ambiental (Diqua). A previsão é que sejam disponibilizados à sociedade em 2026, a depender do andamento de etapas mais complexas, como o tratamento e análise dos dados.
2W recorre à Justiça para se proteger de cobranças e negociar com credores
O Valor Econômico informa que a empresa do setor elétrico 2W pediu à Justiça uma cautelar de “stay period” para poder negociar com seus credores. O pedido foi de proteção contra cobranças de vencimentos por um período de 60 dias.
Em decisão, a 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais solicita que a companhia junte ao pedido o termo de posse de seu vice-presidente jurídico e a ata da assembleia geral que autorizou o pedido de cautelar, assim como seus demonstrativos financeiros, valor atualizado de créditos e relação de bens de seus sócios controladores, entre outros documentos. Para isso, a Justiça concedeu 15 dias.
A 2W possui duas emissões de debêntures, pulverizadas no mercado. A companhia já tinha contratado a empresa de reestruturação Integra para negociar com os credores. Segundo uma fonte da reportagem, o plano é ter mais tempo para negociar e espera-se chegar a um acordo.
Fumaça de queimadas toma conta de Manaus e de terras indígenas na Amazônia
Reportagem do jornal O Globo ressalta que em mais um dia com muitos focos de incêndio na Amazônia, cidades e até territórios indígenas foram tomados pela fumaça. Em Manaus, a qualidade do ar foi considerada péssima. A poluição chegou até o extremo noroeste do estado, a 800 quilômetros da capital, incluindo territórios indígenas.
Ontem, foram registrados 1.516 focos de queimadas na Amazônia, de acordo com o painel de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): 39% no Pará, 29% no Amazonas, 12% no Acre, 10% Rondônia e 8% no Mato Grosso.
Desde o início do mês, já houve 28.697 focos, que são majoritariamente resultado de ação humana. No mês passado, a Amazônia viveu o pior julho desde o início da série histórica de queimadas, em 1998. Além do desmatamento, o bioma sofre, pelo segundo ano seguido, uma seca severa.
Imagens de satélite mostram terra arrasada pelas queimadas no interior de São Paulo
O estado de São Paulo registra o pior mês de agosto em número de focos de queimadas desde 1998, quando dados começaram a ser registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As imagens impressionantes dos incêndios tomaram conta das redes sociais, na perspectiva daqueles que vivem de perto o desespero de ver o fogo se aproximar. Mas, do espaço, a tragédia ambiental também pode ser testemunhada por centenas de satélites que fazem imagens da Terra.
Em imagens enviadas e processadas pela Planet Labs PBC para o jornal O Globo, é possível ver o tamanho do estrago após uma grande parede de fogo avançar, no último dia 23, na região de Altinópolis. Campos que eram verdes e férteis reaparecem sob a fumaça em tom amarronzado, misturado às cinzas que ali ficam depositadas. Nas fotos de satélite, também é possível constatar que mesmo em áreas onde o fogo já passou, grandes focos específicos de incêndio se mantém vivos.
Na manhã de domingo, dezenas de cidades paulistas ainda enfrentavam as chamas. Ao todo, 48 municípios estão em alerta máximo, segundo o gabinete do governo do estado.
São Paulo tem três eventos de fogo ativo na região dos incêndios da semana passada
Na segunda-feira (26/8), o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e a Defesa Civil estadual afirmaram que os incêndios que assolaram o estado na semana passada estavam extintos. Mas o Painel do Fogo, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), vinculado ao Ministério da Defesa, mostrou ontem (27/8) que ainda havia três eventos de fogo ativo, que somam mais de 13 mil hectares, em locais próximos às queimadas combatidas nos últimos dias. De acordo com o monitoramento do governo de São Paulo, os casos seriam de novas queimadas.
As ocorrências foram registradas nas cidades de Atinópolis, Igarapava e Votuporanga, e atingem uma área de, respectivamente, 2.318 hectares, 4 mil hectares, e 6.900 hectares. Especialistas explicam que sem a vistoria em campo, não há como confirmar se são reignições dos mesmos eventos de semana passada ou se foram queimadas muito próximas que se conectaram. (O Globo)
Brasil tem duas cidades entre as vulneráveis para riscos de elevação do nível do mar
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta semana um relatório de alerta acerca da elevação dos níveis do mar, representando graves perigos para diversas regiões do planeta. Entre as áreas vulneráveis, o relatório cita duas cidades brasileiras, ambas no estado do Rio: a capital e Atafona, distrito do município de São João da Barra, no litoral norte fluminense.
Ambas as cidades brasileiras já alcançaram 13 centímetros a mais no nível do mar de 1990 a 2020, e a previsão é que atinjam a média de 16 cm de 2020 até 2050, podendo variar entre 12 e 21 cm. A lista leva em consideração localidades dos países do G20.
Em coletiva de imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que os líderes globais aumentem, significativamente, os esforços para diminuir o aquecimento do planeta. (O Estado de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: O Ministério da Fazenda trabalha para propor ao Congresso Nacional ainda neste semestre a taxação das gigantes da tecnologia — as big techs.
**
Valor Econômico: Quatro discussões a serem definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a exclusão de impostos da base de cálculo de outros tributos podem ter um impacto de R$ 118,9 bilhões para os cofres da União. O cálculo, da Receita Federal, consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025.
**
O Estado de S. Paulo: O Exército concluiu a sindicância aberta no ano passado e identificou os autores e signatários da chamada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”. O manifesto foi assinado por 37 militares e recebido pelo então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid, na noite de 28 de novembro de 2022 — véspera da publicação. O documento foi considerado pelo comandante da Força Terrestre na época, general Marco Antônio Freire Gomes, como uma pressão para que aderisse a uma tentativa de golpe de Estado.
**
O Globo: A escolha de Gustavo Pimenta como novo CEO da Vale aponta para o fim da novela que se tornou a sucessão do comando da mineradora. O processo foi marcado pela tentativa de interferência do governo federal, mas apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter voltado a reclamar ontem (27/8) da falta de influência da União na empresa, o Palácio do Planalto não deverá investir novamente contra a decisão.